ingrata
Há muito, que havia praticado o desapego, a "obrigação" de ter, de ser e fazer... Estava livre, serena e mais tranquila... Depois, de uma novidade boa na família, entraram em contacto e reataram-se laços... Desta vez pensei que seria diferente, (mostraram estar diferente) achei eu, embora o coração, me tivesse dado alertas... O apego, agora que era e foi mais livre, voltou, e então aconteceu reataram-se laços, voltaram momentos bons, conversas boas, alguns encontros maravilhosos, disseram-se palavras com peso sobre sentimentos sentidos, mas pelos vistos, foi só do meu lado que tudo foi vivido e sentido, o outro lado foi só dizer, enquanto se precisava de ser , de ter ou estar... Quando o Ego do Leão inflamou ele acordou e rugiu... Atirou-se com o que era e não era, e não queria ouvir, nem considerar sobre o que dizia... Cansada do que já tinha passado, lembrei-me então de que já não precisava disto... A idade já não me permitia estas imaturidades... A FAMILIA é aquela que nos quer bem, nos respeita, fica feliz com a nossa pequena ou grande felicidade, liberta-nos de confusões e não nos trazendo complicações, e que está connosco nos momentos difíceis, como a doença e afins... O melhor a fazer nestas alturas, é cortar, cada uma segue a sua vida com quem as ama de verdade... Eu graças a Deus tenho quem me ama de Verdade... Por isso, rompi o laço que nos unia, para bem da alma de cada uma...
Romper este laço foi uma medida necessária, não porque NÃO a Ame, mas porque me quero libertar de uma relação que tende com o tempo e a confiança, a ficar desconfortável, desgastante em relação a tanta cobrança sobre a família dar, fazer ou estar, sem nunca se sentir satisfeita com o que recebeu, recebe no presente, que nada valoriza, nem se doa por inteiro o que causa um sofrimento emocional significativo....
Ela nunca devia cuspir no prato que lhe deu de comer, de coração e mãos abertas... Devia de ser sempre grata pelas coisas que lhe foram oferecidas, como a atenção, o carinho e principalmente o Amor verdadeiro e profundo, por isso devia retribuir com o que tinha de melhor, ( se é que tinha) o carinho... Eu tenho consciência de como sou e de como é a minha família e por isso com a idade e a maturidade que ela me trouxe, aprendi a dosear o quanto aguento acerca do que me dizem, das acções, e o como preciso da equidistância para não haver desconforto entre nós e não se desgastar mais do que está ... Fico uns dias aborrecida, por não ter contato com quem amo de coração, causa-me tristeza, mas agora depois de ter aprendido o que é o desapego, tornou-se mais fácil, e para ser sincera, quando não dá, é melhor cortar laços para quando houverem reencontros, pelo menos que haja respeito...Não me sinto obrigada á muito tempo a manter uma amizade, mesmo de laços de sangue, sendo hipócrita, o que não me agrada nada, pois minha essência não é essa... Desejo que seja feliz e abençoada, com a sua família... Que se encontre e realize... Eu só tenho de dar graças pelo que tenho e vivo, pois algumas nem isto têm infelizmente... É preciso crescer, aprender, contornar, lutar, para aos poucos criar a nossa felicidade e vencer!
E como diz Alexandro Gruber:
- Que ama também desiste.
Desiste quando percebe que não se pode amar por dois.
Desiste quando entende que onde não há reciprocidade, não vale a pena ficar.
Desiste quando compreende que só o amor não é suficiente. É preciso comprometimento e vontade de fazer dar certo.
Quem ama também desiste.
Desiste depois de tanto insistir e machucar o próprio coração.
Desiste depois de cansar de lutar por alguém que não faz por merecer tanto afeto.
Desiste depois que aprende que se pra amar alguém a gente tem que se amar menos, não é amor de verdade.
Quem ama também desiste.
Desiste do outro, mas jamais de si.
Desiste da esperança de que algo mude, porque entende que só vivemos com a realidade e não com a ilusão de como as coisas poderiam ser.
Acredite, quem ama também desiste. Porque chega um momento que é preferível partir, mesmo existindo amor, do que permanecer buscando sentimentos, onde só se encontram espinhos para o coração.
Quem ama sabe desistir do que dói.
Porque é válido desistir de quem machuca.
A gente só não pode desistir da gente!