TROÇO
Francisco de Paula Melo Aguiar
Tudo na vida passa pela educação e cultura, pelo valor e sentimento que se dá às pessoas e suas falas.
Tanto é assim que tem gente que enfeita demais quando conta histórias de maneira confusa. Toda e qualquer cidade e lugarejo do mundo tem suas figuras confiáveis e não confiáveis no que falam e fazem. E a vizinhança não se acostuma com tal atitude.
Para uns esse tipo de gente é considerado o "correio" da má notícia, isso porque a boa noticia não existe no imaginário dele.
É o caso de Zé Mulambo, tudo que ele vê outra pessoa dizer, ele também diz ao contrário. Bota defeito em tudo. Ele nunca erra, apenas tira até o trem dos trilhos. Ontem ele estava satisfeito com as mudanças das placas de trânsito do lugar que mora. O projeto de mudança é dele, segundo sua fala de autoelogio. Para uns ele dizia que estava certo e para outros dizia que estava errado...
A função dessa gente é "acatar" e "atacar" a paciência alheia diante dos medos pessoais de transição do hoje para o amanhã, algo como de perder o foco e ou trem da própria história inexistente.
Em tudo se mete, como se fosse uma questão de vida e morte, nunca tem tempo para avaliar outras opções e ou maneiras com paciência e ou tranquilidade.
Agora é a vez de ressuscitar o troço chamado semáforo nas principais ruas da cidade, está atrasado por mais de cinquenta anos, uma vez que já existia nos anos de 1968 do século XX, porém, o sistema foi desativado porque foi invenção da administração passada, aqui é assim o que uma gestão faz a outra derruba, coisa de cidade grande com pensamento de gente pequena.