DIA DOS PAIS... (Reminiscências.)

O segundo domingo do mês de agosto é consagrado aos pais, já que o segundo domingo de maio é dedicado com justas razões às mães; ambas as datas são importantes; na realidade é preciso a união dos dois para que a vida se perpetue neste plano...

Este domingo de agosto nos levará certamente a inevitáveis reflexões; há aqueles que nas festividades do encontro fraterno e amigo, têm o privilégio de terem os seus presentes, outros, porém, isto não acontece, os seus pais não estão mais “aqui”, com a sua presença física, já nos deixaram, e sua “ausência” neste plano, - principalmente neste dia. - seremos envolvidos por momentos de emoção, por que não dizer de tristeza; eles se foram, - para alguns. - mas nós pais aqui estamos, para estarmos juntos com nossos filhos e filhas, e alguns privilegiados já contam com a participação de netos e bisnetos...

Tudo isto não deixa de ser o “milagre da vida”, que se faz presente, nós, na condição de pais, alguns pelas leis naturais da vida, já no acaso de sua atual existência, ao mesmo tempo neste dia será extremamente gratificante, presenciar os olhares das crianças, dos jovens cheios de esperanças, indo a busca de suas realizações, é a dinâmica da vida que não cessa, pois cada um têm que ter suas próprias experiências de “aprendizado”, da intelectualidade e espiritualidade...

... De nossos pais temos poucas lembranças, nossa mãe se “foi”, quando tínhamos tão somente um ano, por ser o mais “novo”, dos quatro irmãos, fomos criados pela nossa avó, que guardamos no recôndito de nossa alma, imorredouras lembranças, não na condição de avó, mas pela sua dedicação a nós, a consideramos como se fosse a nossa própria mãe...

Quanto ao nosso pai; poucas lembranças temos, - separados por longa distância. - quando tínhamos mais ou menos 11 anos, quando passamos alguns dias com ele, e os três irmãos; era período de férias escolares, um tio - MS. - época tinha caminhão* e transportava madeiras; e como passaria bem perto do local que nosso pai morava, nos deixou lá, e alguns dias depois retornaria para nos pegar. Foram alguns de atividade diferente; ao entardecer, os manos “armavam” os espinheis para pegar os peixes, na manhã para lá íamos, sempre havia muitos peixes que caiam nas “armadilhas” ...

Nosso pai, modesto agricultor que tirava o sustento da terra; e a criação de alguns animais; é possível, que produção excedente fosse vendida. Recordamos-nos que numa das noites nosso pai fez uma enorme polenta; a cortava em pedaços com um fio de linha era saboreado com leite previamente fervido...

Certa noite estava com forte dor de dente, o que fazer? Analgésico não havia, quando o nosso pai, nos induziu a “segurar”, dentro da boca, por alguns segundos o aguardente, que havia sido retirado de num recipiente de madeira; em breve o dente que estava doendo, ficou anestesiado, é evidente que o líquido não foi ingerido, e a dor passou como num passe de mágica...

Nosso pai tornara a se casar, pois era difícil atender três filhos pequenos e o trabalho diário com a lavoura; aqueles breves dias foram à derradeira vez que o vimos; no ano seguinte, - em 1.952 - tivemos a notícia que falecera, com um pouco mais de 40 anos...

Que neste dia consagrado aos pais, aqueles os têm, possam homenageá-los com muito carinho, afeto e amor, pois nem todos podem ter este privilégio...

Finalizamos aqui nossas Reflexões do Cotidiano de hoje, desejando um feliz Dia dos Pais, aos nossos prezados leitores (as), e até a próxima Reflexão se Deus assim o permitir...

*O caminhão deste tio, era um Chevrolet - Gigante; no pára-choque havia uma frase bem interessante: “É triste, mas é verdade” ... Este tio embora já passado dos 80 anos; está lúcido e prossegue trabalhando, em atividades totalmente diferentes; é empresário com perto de dois mil empregados.

Curitiba, 9 de agosto de 2.013- Reflexões do Cotidiano – Saul

Hoje, é 12 de agosto de 2022, portanto o singelo texto foi a escrito a nove anos...

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Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 12/08/2022
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