Talvez precise doer como nunca, pra não doer nunca mais

Esses dias tenho pensado mais em você, do que de costume. Eu achei que tivesse te esquecendo, porque já não lembrava com tanta frequência. Mas de uma dias pra cá, a saudade vem me sufocando. Uma necessidade de saber de você, de falar com você, de saber como anda a vida. Como se eu tivesse em abstinência. A falta é tanta que a dor chega a ser física. O peito aperta, falta o ar, a mente vai longe, um único pensamento: você.

Como pode alguém ter o poder de dominar a mente de outra pessoa assim?

A vontade é de sair correndo, pra ver se assim te esqueço,mas acho que não adiantaria. E eu tola, pensava que quando amasse alguém, não sofreria. A verdade é que eu sempre tive medo do amor, mas quando te conheci não tive dúvidas, ao contrário de você que foi um covarde. Era o mesmo que saber que a queda poderia ser grande e ter que pular, porém quando fiz isso você soltou minha mão e ainda me empurrou. E nem raiva de você, consigo ter. Na verdade, tenho raiva de mim. Por me importar, por querer saber como você tá, por querer ouvir a sua voz, por querer ser a pessoa que você ainda procura no fim do dia. Você não faz ideia de como eu queria ficar. Mas você me forçou a ir embora, sem nem poder dizer um tchau ou tudo que ficou entalado aqui. Você dizia ter medo de me perder, mas no final nem se importou em como eu ficaria depois das suas atitudes. Desculpa a expressão, mas você simplesmente cagou pro que eu sentia, pra mim. E agora tenho que juntar o caquinhas e me reconstruir, depois da visita tumultuada que você fez aqui. E quem diria, eu achava que você era diferente. Mas no final, foi só mais uma ou a maior decepção que já tive. Talvez a culpa tenha sido minha ou das minhas expectativas, vou dividir essa conta com você ( pois bem ou mal, eu esperei muito de alguém mal resolvido consigo mesmo, como você poderia me retribuir algo, que não tinha nem pra si?!)

Só que ainda sim, espero que esteja muito bem, que esteja feliz com as escolhas que você fez. E que nunca, nunca mesmo, sinta o que estou sentindo agora.

Eu não devia e nem queria estar escrevendo isso. Eu não queria admitir que você ainda tem alguma influência sobre mim. Eu tentei não sentir, eu tentei fingir que não existia, tentei sufocar. Tentei até o "efeito Ronaldo" (que seria mascarar uma dor com algo), mas nada disso tem adiantado. Mas talvez, precise doer como nunca, pra não doer nunca mais.

Ana Carolina Dutra
Enviado por Ana Carolina Dutra em 11/08/2022
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