REFLETINDO E COMPARTILHANDO

Prof. Antônio de Oliveira

Cursei Filosofia do Direito, em nível de mestrado, com o professor Arthur Versiani Velloso, ainda na Fafich, Rua Carangola, BH. Veloso foi retratado em dois romances que, por sua vez, retratam Belo Horizonte dessa época. Em O Amanuense Belmiro, de Cyro dos Anjos, ele é o filósofo Silviano. Em Um artista aprendiz, de Autran Dourado, ele é o filósofo Sinval de Souza.

Prof. Veloso adotava como livro básico Noções de Filosofia do Direito, em dois volumes volumosos, do italiano Giorgio Del Vecchio. Em certa altura, deveríamos iniciar o item “O direito na guerra”. Aí o professor disse:

– Vamos saltar essa parte!

Enquanto passava as páginas que continham assunto por ele considerado impraticável, a ”turma”toda, meia dúzia de alunos, reagia. Veloso, irreversível e decisório:

–Vamos direto a “O direito de guerra”. Pág. ... Uma vez declarada, guerra é guerra, não adianta pensar que, em vez de matar ao “inimigo” apenas se lhe atire no pé, Quem diz isso é bem-intencionado, mas não sabe o que é clima de guerra.

Em As brumas de Avalon, livro 2, colho esta pérola: “Quando um soldado ama demais sua ocupação (guerrear), ele se transforma tão-somente num instrumento de morte”. Aquiles, Alexandre, Napoleão, todos esses conquistadores certamente consideravam as guerras de conquista, e as batalhas, ocupação primordial do guerreiro, cuja maior virtude, como para Platão, seria a coragem, de peito aberto.

Antônio Oliveira MG
Enviado por Antônio Oliveira MG em 08/08/2022
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