#lucindanelremar DANDO A VOLTA POR CIMA
Eita vida,
me disseram: "Tu já eras!"
"Toma tenência! Vai no teu rumo!
Aqui não és nada!"
E assim eu fui, ora mas para onde
mesmo? Nem eu mesma sei...
Fui automaticamente andando,
caminhando...
Meus pés saberiam me levar, ou não...
Ora, mas por que me preocupar?
Sorrio de mim, das minhas aflições
Ora, mas quem liga para ti?
O que te adianta chorar
"pelo leite derramado"?
O melhor para ti é levantar a cabeça
e seguir em frente,
lá, no outro lado da moeda, haverá uma
saída, talvez, outra chegada,
outra história melhor para viver,
re-quentar sonhos deixados ao longo
do viver, esquecer o que foi dito ontem,
no início do instante...
Ora, eita vida,
engolir o que não se gosta,
sentir o gosto acre de rejeição...
Ora, mas quem liga?
Aqui não és nada!
Toma teu rumo!
Quantas vezes irás ainda te deixar
machucar?
Acorda menina! Toma tuas tralhas
e te vai daqui!
Mas não, não cabisbaixa
Levanta essa cabeça! Digo eu para
mim mesma!
Quem te dera, que tivessem todos a
chance de recomeço...
Ora, mas sempre há!
Eu me vejo agora e naquele dia,
que diferença de emoção!
Um dia, meio louco, sorrindo à toa,
noutro, triste, sem razão, sem saber porque...
Ora, mas a vida é colcha de retalhos, de fuxico,
pega pedaços de roupas ou tecidos, e vai-se
emendando... Ao final, um belo trabalho
A vida é assim
Pode crer!
Anda menina, a vida é re-começo
um dia atrás do outro, no meio uma madrugada
que pode passar como sendo um longo tempo de autoterapia, tentando re-fazer aquilo que dentro de si foi quebrado...
E de manhã, ao ver o sol ali firme, seguro, pensa, consigo mesmo que a vida está ali numa longa estrada ou mesmo curta, mas que podes tomar teu rumo... E aí eu vou, eu estou de novo, em pé... Cai aqui, oscila ali... Torna a levantar... Não tem esperança, quem já morreu... Eu estou aqui, viva! O que tiver que ser, será! Mas, não "me entrego às moscas" Quem viver, verá!
É sina? É destino? Sei lá! Ora, que importância tem viver sem aquela ou esta opção? Tudo no tempo irá se ajeitar...Nisto eu acredito e tenho que acreditar! Porque se eu não acreditar, como me re-fazer? Como me re-construir? Ora, minha colcha da vida, tá com alguns pedaços rasgados, mas nada que não possa ser remendado...Tenho dentro de mim, mil retalhos para lhe substituir. E aqui vou eu, andando, cambaleando... Mas, certa de ir em direção ao que desejo e preciso chegar... Sinto-me "um verdadeiro carvalho, vergo mas não quebro"... Nada há de me fazer desistir de mim mesma, no que acredito!
(12/01/2018)
Raimunda Lucinda Martins
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