Depois da chuva ou A História do Jô
Múltiplos aromas, depois da chuva.
E não será necessário regar as plantas. Não será necessário alinhavar os pensamentos, pouca coisa será importante agora.
E aquelas coisinhas todas, cotidianas coisas, corriqueiras, bobas coisas – como é bom fazê-las!
Não abrir a janela para o vento ficar lá fora. Recolher o tempo pra brincar de não ser nada; flutuar num átimo, instantâneo momento inexpressivo que não deixa rastros, marcas, laivos.
Depois da chuva resta o ar, resta a esperança a renascer no orvalho – criadeira chuva que desce as encostas e varre tudo pro mar.
Depois da chuva, depois de ontem, depois de amanhã – tanta coisa se perdeu. Jô Soares partiu e levou tanto da alegria, mas, o impressionante Derico o renasceu, trouxe um pouco da sua História. Mostrou um pouquinho da sua essência de fazer rir, fazer chorar. Tudo isso essa manhã, ao nascer do sol, antes da chuva.