AO AMIGO BERNARDO GONTIER.
Caro irmão de afinidades e letras, caríssimo Bernard Gontier. Não se pode silenciar quando o amor à humanidade, sem bandeiras isolacionistas, preferenciais ou encarceradas em seleção que distingue onde não se pode distinguir, enaltecem a única força que congregaria o homem sem necessidades de normas ou coerção, fincado somente na unidade universal ditada por Deus.
Assim, em Coríntios, temos nas pegadas de sua fantástica citação eclesial:
"Se eu falasse todas as línguas, as dos homens e as dos anjos, mas não tivesse amor, seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine." São Paulo. Coríntios.
De que serve a sabedoria, além dos homens e próxima dos anjos, perfeita em saberes de todos os temas e conhecimentos, sem que haja amor?
Como um som perdido e não escutado, restaria esse veículo do sábio que nada sabe por falta do maior sentimento.
Assim o eco retorna sem afeto, pois nem o bronze forte pode gerar a propagação do amor, lhe falta o poder leve como a brisa que beija a flor e oscula no acarinhar do afeto o perfume que envolve e arrebata no único sentimento que ninguém pode desprezar.
Nenhum ser poderá ser ouvido em toda sua sabedoria se nela silente e ausente se encontra o amor.
Bernard Gontier. “Nós amaremos a todos. Amaremos o próximo e amaremos os que estão longe. Amaremos nossa pátria e amaremos a dos outros. Amaremos nossos amigos e amaremos nossos inimigos. Amaremos os católicos, amaremos os cismáticos, os protestantes, os anglicanos, os indiferentes, os muçulmanos, os pagãos, os ateus. Amaremos todas as classes sociais, mas principalmente as mais necessitadas de ajuda, assistência, promoção. Amaremos as crianças e os velhos, os pobres e os doentes. Amaremos aqueles que zombam de nós, aqueles que nos desprezam, aqueles que se opõem a nós, aqueles que nos perseguem. Amaremos aqueles que merecem e amaremos aqueles que não merecem ser amados. Amaremos nossos adversários. Como homens, não queremos nenhum inimigo. Amaremos nosso tempo, nossa civilização, nossa técnica, nossa arte, nosso esporte, nosso mundo. Amaremos estudando a nós mesmos para compreender, simpatizar, estimar, servir, sofrer. Amaremos com o coração de Cristo: Vinde a mim, todos vós. Amaremos com a amplitude de Deus: assim Deus amou o mundo. Giovanni Batista Montini, futuro Papa São Paulo VI, quando ainda era Arcebispo de Milão, quando havia menos idiotas na desordenada ordem mundial. Grande texto, Celso, abraço.