A DESORDENADA ORDEM MUNDIAL.

Vi ontem uma entrevista com um intelectual de cepa. Altamente inteligente, agudo raciocínio, um ateísta. Manifestou um terrível equívoco histórico " ou não", quando disse que a crucificação de Cristo se deu por ser um ativista político que conspirava contra a hierarquia judia e o Império Romano. Nesta externação residiria o equívoco "ou não", pois disse que somente os conspiradores, os sublevadores políticos eram mortos pela pena da crucificação. E Barrabás, o que era (?), um simples ladrão ou um agitador político? A maciça história diz ser um simples ladrão. Mas o evangelista Marcos reporta que Barrabás, que estava condenado à crucificação e foi liberto, foi julgado por outro crime:

“Marcos 15:7 . - E havia um chamado Barrabás, que, preso com outros amotinadores, tinha num motim cometido uma morte”.

É assim a história do homem; atravessada de equívocos. Os maiores são os ditos legais, ou seja, vêm da lei. Por quê? Por terem sido expressadas para serem cumpridas, com “start” do desejável social, mas nunca é o que ocorre. Os próprios legisladores desrespeitam o que legislam e aqueles que devem fazer cumprir a lei a distorcem ou descumprem; magistrados.

Essa ordem inexistente embora traçada nas regras, vigora na mais ampla desordem, E há uma banalização de aceitação social do que se implantou, uma como que subserviência da sociedade que convive, aceita, movimenta e sufraga a desordem da ordem. E a desordem se consolida em ordem. É o que se vê.

Estamos atravessando no mundo o fosso desse desrespeito, desordem, isso com maior intensidade agora. A caricatura é tal que se negocia a paz na mesma mesa que se autoriza a guerra. Em tempos antigos, das guerras “vis a vis”, idade média, não havia, ao menos, essa hipocrisia.

Muda assim a memória histórica trivial. Por essa faceta histórica a reportagem sobre Barrabás, vital para a posteridade, historiográfica, funciona como agora, não era um preso comum, mas político. A Palestina, dominada e escravizada, vivia cheia de rebeldes.

Barrabás era culpado, pois além de rebelde havia matado um homem. Também a história em uma de suas vertentes explica que a pena da crucificação à época se dirigia aos piores crimes, mas os romanos obtiveram esse legado dos persas e o adotaram como pena eficaz para dissuação: a crucificação do líder.

E a execução bem como sua sequência era cuidada para que não se tornasse um símbolo o apenado, o crucificado. Em razão disso nada podia sobrar de seu corpo. A pena de morrer no fogo ou jogado às feras não era tão lenta e dolorosa como a agonia da crucificação que levava dias até o fim, de três até sete dias. Era uma pena de forte exemplo para dissuadir aqueles que seguissem a conduta do punido.

Essa uma latência histórica que explica melhor a crucificação e suas atrocidades, o corpo totalmente abandonado no Gólgota, palavra de origem aramaica, língua de Jesus, que significa “crânio”. Portanto, era o “lugar do crânio”, local onde exposto o corpo a abutres e cães comedores de carniça só restava o crânio.

Esse episódio da história que marcou o tempo de forma inigualável, denso de pesquisa, mostra como “o saber e não saber” pode gerar equívocos . Imagine-se a mídia em suas várias manifestações, sendo eu mesmo testemunha de suas inverdades, quando reporta e todos creem em omissões e deturpações veiculadas, dizendo o que não dissemos ou inventando o que não existe.

No “saber ou não saber” é preciso depurar pelo filtro da correção e, ter muito cuidado, enorme cuidado com a falsidade, a mentira e o “péssimo caráter” que campeiam e se alastram na internet, em montagens e difusão da mitomania, e também na mídia em geral segundo interesses.

Estamos imersos nessa desordem “institucionalizada” no momento brasileiro. São vários os conteúdos de culpa formada e mantida sem alterações em todas as plataformas eletivas, com ou sem formalização. Mas a ordem inexistente e nunca ASSENTADA COMO APLICÁVEL E VIGORANTE SERÁ OBSERVADA, COMO NÃO ESTÁ SENDO E NÃO SERÁ.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 03/08/2022
Código do texto: T7574503
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