Uma voz respeitada sobre os estudos sobre o racismo, é a do antropólogo Jacques D'Adesky que lançou  a obra intitulada "Uma Breve História do Racismo - Intolerância, Genocídio e Crime contra a Humanidade". Trata-se de um busilis perverso tão enraizado na sociedade brasileira. E, mesmo o advento das políticas de ação afirmativa que se disseminou a consciência da existência do racismo. E, nas décadas de setenta e oitenta, a questão tanto do racismo como da discriminação era levantada apenas por lideranças do Movimento Negro, tendo um eco limitado dentro da sociedade. Temos assistido a população brasileira envelhecer cada vez mais, e mesmo com os ganhos trazidos pela experiência, há uma forma discrepante entre brancos e negros. E, a velhice para pretos e pardos é penosa e triste.

Ainda de acordo com os dados do IBGE a população negra tem a menor expectativa de vida se comparada à população branca. E, tendo menor poder aquisitivo no que tange à aposentadoria, dependendo quase totalmente do serviço público de saúde que está sobrecarregado em todo o país, portanto, oferecendo uma prestação de serviço precária e abaixo da qualidade desejada.

O preconceito, por vezes, se apresenta como elitismo classista, onde certo grupo social se coloca em posição superior ao outro. E, o racismo acaba muito entranhado, já que os negros têm, historicamente menores oportunidades. Por quantas gerações durará esse dilema? Até no contexto cultural, segundo o levantamento da Revista VEJA, somavam-se 124 personagens nas novelas da Tv Globo no ar, sendo apenas 17 atores negros, o que corresponde cerca de menos de 14% do total. Assim, culturalmente a novela da TV é embranquecida. Pode-se contabilizar nos dedos da mão, os grandes artistas negros: como Grande Otelo, Ruth de Souza, Milton Gonçalves, Zezé Motta e Chica Xavier. E, na música, particularmente, na MPB, temos outros gênios como Gilberto Gil, Djavan, Jorge Benjor, Milton Nascimento, Dorival Caymmi. A melhor forma de combater o racismo é prover maior investimento na educação escolar de qualidade. Sendo fundamental haver o reconhecimento do aporte histórico formação cultural e a construção da riqueza do Brasil com base no trabalho de africanos escravizados antes e durante todo período colonial. Contemporaneamente, constata-se falta de motivação na condução devida de autêntica política de promoção da cultura afro-brasileira principalmente em face do frágil desenvolvimento da Fundação Cultural Palmares. 

A Lei 10.639/2003 tornou obrigatório o ensino da “História e Cultura Afro-Brasileira e Africana” no conjunto da educação básica (pública e privada). De acordo com a legislação educacional, a educação básica é constituída pelas etapas de ensino da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio e pelas modalidades de ensino da Educação de Jovens e Adultos, da educação profissional, da educação especial, da educação do campo, da educação escolar quilombola, da educação escolar indígena e da educação a distância. De qualquer maneira, jamais desistiremos de combater o racismo no Brasil.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 28/07/2022
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