MÁSCARAS

E se você tivesse que mostrar o que realmente é, sem máscaras e sem fingir amabilidade? Ouso dizer que os que estão por perto, são inteligentes e preservam a própria pele, fugiriam de você de mala e cuia.

Por que o que somos realmente entre quatro paredes assustaria até o monstro que mora debaixo da cama.

Na aparência do dia a dia, somos quase normais, salvo algumas demonstrações de mau humor. Fingimos que somos pacíficos e acessíveis, apesar da vontade de estrangular o colega ou o vizinho que atrapalha nossas noites de sono.

Entre quatro paredes, somos REALMENTE normais. E ai de quem convive conosco.

Por que no fundo todos nós somos chatos, preconceituosos e, como diria Raul Seixas, só usamos 10% da nossa cabeça animal. E quando esses 10% são usados para apontar os defeitos do próximo, alguma coisa está definitivamente errada. Por que sobram em nós vontades de apontar os supostos defeitos do próximo quando o próximo não está próximo, mas assumir o que pensamos realmente do próximo quando ele está presente?

Saída covardona pela direita.

E assumir nossos próprios defeitos está fora de cogitação. Por que sempre somos melhores, pelo menos sob nosso entendimento. O defeito sempre é do outro, nunca de nós mesmos.

A verdade é que usamos máscaras para sair à rua. E não estou falando daquelas para evitar o contágio por Covid 19, que já foram abolidas na maior parte das situações. Estou falando de por uma máscara de "Oi! Tudo bem?" "Tudo" todos os dias, quando muitas vezes a vontade é chorar ou dizer não vou com a sua cara. Mas fingimos e fingimos relativamente bem. Não vá o outro perceber o que realmente pensamos dele, por que viria um tapa ou algo pior. Fingir é próprio do ser humano. Ou você pensa que o cachorro disfarça quando não vai com a fuça do outro dog? Não. É rosnado e mordida pra todo lado.

Sempre nos achamos a primeira bolacha do pacote. Por que a última está sempre quebrada. Mas é salutar gostar de si mesmo, pois se não gostarmos de nós mesmos quem gostará de nós?, já diria o Lauro Trevisan e outros gurus de auto ajuda ao autor.

A verdade que não quer calar é que graças a Deus, Ele nos deu o discernimento necessário para disfarçar nossos piores instintos pelo bem da boa convivência humana. Por que ninguém nos aturaria se nos conhecesse como REALMENTE somos.