EVOLUÇÃO

É difícil aceitar as mudanças, e sabe o porque? Acostumamos com as coisas, como são ou estão.

Acomodamos com o falso conforto do ontem.

E estar, é um momento quase impalpável,pela rapidez que passa para cada um de nós.

E difícil mudar, a transformação nunca poderá ser instantânea, sempre levaremos um choque térmico, como num banho de água fria.

Tem de ser como cada amanhecer,no vagaroso despontar do sol, para não cegar de uma luz repentina, igual ao anoitecer que segue a mesma regra de lentidão para surgir e emergir.

Para assim habituarmos com ambos calmante.

Sabia natureza!

Qualquer tipo de evolução tem de ser gradual.

Senti, ou percebi realmente isto na pura e simples observação de um momento. Estava eu; descansando sentado na areia, a prestar atenção numa pequenina criança a se aproximar na beira da praia, ele parava e andava, em direção a fria água do mar ; primeiro deixou a água tocar seus pés, para logo depois, dar mais dois passos, e então; a próxima onda já batia em suas pernas, daí percebi que seus braços se encontravam encolhidos pelo repentino frio; a invadir seu corpo, estava todo arrepiado. Negligenciando a mudança, a quebra da temperatura, parecia que doia mais na alma que na pele daquele garoto.

E fui vendo que; aos poucos ele dava mais um passo, e mais outro, como um tipo de aceitação, havia nele a coragem em seguir , no desejo de experimentar.

Derrepente; a água já lhe cobria o corpo, não o via mais arrepiar como antes.

Foi quando de súbito mergulhou de uma só vez, e submergiu com um sorriso no rosto, um sorriso de vitória, estampado em sua face, na conquista da mudança, vi a satisfação de um estado novo.

Ficou por ali , alguns minutos nadando até que alguém lhe chamara, na saída , também o vi correndo na areia para os braços de um adulto, este, se encontrava com uma toalha nas mãos a envolve-lo.

Foi aí que pensei em nós, na humanidade em geral, e na dor da evolução.

Como é difícil caminhar a frente, e ver a repentina mudança do entorno,dar um passo para depois outro, até mergulhamos de cabeça no novo, para depois acostumarmos, e acharmos normal.

É impossível voltar atrás, que nem aquela criança, não haverá ninguém que enxugue com uma toalha no nosso passado, para acalentar o frio, que o medo provoca; como as águas do oceano que vem e vão.

Haverá apenas uma luz acima de nós, como um sol de verão, um tipo de pensamento encorajador para aquecer e dar a segurança para seguir, sair do incômodo conformismo, desta mesmisce que desnorteia, e aceitar a evolução como um gostoso mergulho nas águas do mar, feito aquela criança a experimentar o novo,mesmo que a princípio,nos doa a alma. ( Do livro: Textos Avulsos)

( Autor: George Loez)

George Loez
Enviado por George Loez em 26/07/2022
Código do texto: T7568167
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