🔵 Should I stay or should I go? (Devo ficar ou devo ir?) Café The Wall - Bixiga
O que esperava de um bar de rock, na Rua 13 de Maio? Uma boa banda de rock e uma noite agradável. No entanto, a atitude rock n’ roll e o comportamento “punk” foram suficientes para destruir o banheiro e alterar a rotina do barzinho.
Tudo normal (considerando-se o estilo da casa), até que uma turminha de, digamos, delinquentes juvenis adentrou o banheiro. Todos muito loucos (como quem nunca se divertiu tanto), ao som de “Should I Stay Or Should I Go” do “The Clash”, os desajustados começaram a destruir o banheiro no ritmo da música. Também com pouca idade, achei conveniente aquela manifestação e corri usar o mictório. Sem conseguir segurar o riso (por causa da atividade inusitada), ouvi a sinfonia da destruição, composta de vários barulhos (inclusive vidros). O furacão foi embora. Um silêncio sepulcral denunciou que coisa boa não viria.
Na saída, notei que o cenário era pior do que eu previa: espelho, “dispensers” de sabonete líquido e papel toalha e demais objetos todos fragmentados. O que sobrou foi: sujeira, destroços e estilhaços de vidro e... claro, apenas eu como o responsável por tudo aquilo. Do lado de fora, os seguranças já me aguardavam. Sem nenhum sinal dos revoltados reais executores da destruição, não encontrei alternativa senão calmamente explicar tudo, justificando que se eu conseguisse fazer aquele estrago sozinho seria melhor chamar um padre exorcista.
A balada parou. Garçons, músicos, clientes e mais seguranças vieram me perguntar o que havia acontecido. Não sei se meu amigo ficou espantado quando descobriu que eu era o epicentro daquele contratempo, mas por outros motivos isso já seria esperado.
A gangue destruidora não teve coragem de fazer a acareação. Fui dispensado e saí da confusão, como quem caminha tranquilamente deixando uma explosão para trás (imagem cinematográfica).
Sem saber, não só pelo ritmo, a trilha sonora era conveniente: “Should I Stay or Should I Go?”.