#lucindanelremarcrônica?
Bom dia!
Em noites mal dormidas, me vejo com pensamentos a mil. Lembranças vem e vão. Cismei em pensar sobre o que é instrução e educação. Ultimamente vemos pela mídia a famosa insistência sobre o direito da criança ter educação. O que é louvável. Sim, a criança, assim como o adolescente e logicamente os jovens, os adultos tem este direito. Mas, o que causa incômodo é a leitura errada de que instrução é educação. Não é, nunca foi e nunca será. Há indivíduos altamente instruídos, conhecedores profundos de certas áreas do conhecimento humano; verdadeiros doutores que tem o saber para dar, vender e ainda sobrar, em múltiplas áreas ou em uma só, sendo um especialista de renome ou não. Porem, não significa que seja educado. Passou pela escola, pela universidade e até fez pós graduação, tornando-se um expert mas não atingiu o grau maior em matéria de educação.
Surge a questão: Como assim?
Você já esteve diante de um doutor, de um homem talentoso, conhececedor de um assunto que lhe é capaz de responder a praticamente todas as perguntas. Tirar, vamos dizer assim, todas as dúvidas.
Muito bem, mas bem de perto a sumidade é um sujeito intragável, mal humorado; um ( vou usar um termo que minha avó dizia)cavalo batizado. Pois é, uma pessoa que não tem o mínimo de traquejo social. Grosseirão. Não trata ninguém bem. Arrogante. Enfim, aí sim dizer: um mal educado. Sem educação. Instruído? Sim. Escolarizado? Perfeitamente.
Pois é aí a diferença fundamental dos termos instrução e educação.
Daí se vê que o individuo pode passar anos e anos frequentando a escola, mas isso não o tornará um sujeito educado.
Quantas vezes numa escola observamos isto? O menino ou a menina é um excelente aluno no que se trata de conhecimentos mas na hora de se avaliar em aspecto comportamental, em atitudes sociais, é uma negação. Contudo, vemos também pela parte do corpo docente, tanto dos professores quanto das outras pessoas em suas atividades diferenciadas no setor escolar. Por vezes, e não poucas, é preferível falar, se comunicar com alguém sem instrução do que com um que tem.
Muitas vezes, as pessoas dizem: ah mas é que ele veio num mau momento. Vai ver, a pessoa tá passando por um péssimo momento, por "n" dificuldades. Dá um desconto. Sim! Contudo, quando é que uma pessoa dessa vai entender que o ou os outros não tem culpa pelo que ele está passando? Há justificativa para se destratar o outro? Tudo bem, que por vezes nós exorbitamos. Mas, o mal educado não tem hora boa, melhor. Está e estará de mal humor, independente da hora ou do momento.
Já um outro, mesmo com tantos problemas, lhe recebe com gentileza. Deixa de lado seus afazeres e/ou preocupações para atender ao outro. É um ser humano que tem seus defeitos, suas horas de mal humor mas procura de alguma forma não jogar nos outros seus problemas, suas frustrações.
Você pode até me perguntar: Mas, Lucinda será que todos não tem um instante em que perde as estribeiras, que não perde a linha? Lógico que sim! No entanto, o ser educado, verdadeiramente procura se controlar. Conta até 100 ou mesmo até mil para não magoar o outro.
Voltando à realidade escolar. Será que estás querendo nos dizer que a escola não educa? Só instrui? Não, não é isto que digo. A escola instrui muito mais do que educa. Até porque lá se tem orientações de como viver em sociedade. Em partilhar informações, dividir objetos, coisas. É lá que muitas crianças e até mesmo adolescentes e, alguns adultos irão ser sensibilizados para um olhar além do seu "ego". Lá terá a possibilidade de entrar em contato com professores conscientes de seus deveres como instrutores, de transmissores de conhecimentos mas também de formadores de seres humanizados, sensíveis. Observar o outro como ser igual, independente de sua forma física, de classe social, de religião ou até mesmo de pessoas que não tem crenças religiosas. Aprenderá a respeitar o colega além das convenções sociais. Enfim, terá a oportunidade de ter contato com o verdadeiro Professor educador. Aquele que prima pelo desenvolvimento intelectual do aluno mas que também leva em consideração o seu lado emocional; o seu lado psicossocial. Poderá até a ajudar aqueles que se dispuserem a aprender mais do que simplesmente aquilo que faz parte do ensino formal.
Aí lembremos que a escola também não operará milagres, quando o aluno tiver em sua vida privada, ou seja, em seu lar, ensinamentos bem contrários ao que a instituição educacional procura passar.
De tudo isto, podemos reafirmar: instrução não é educação. Aquele que é instruído, nem sempre é educado. E vice-versa.
Uma observação a mais: o ato de instruir hoje é algo que acontece além dos muros do ambiente escolar; e a formação moral, emocional do indivíduo, também. O ideal é que qualquer pessoa possa crescer, se desenvolver de forma inteira, integral. E, cabe a todos nós, procurar crescer tanto intelectualmente quanto emocionalmente. Basta fazermos todos os esforços de sair do comodismo do mundo "ego" e lembrarmos sempre que assim como nós temos nossas fraquezas e necessidades individuais, os outros também. Podemos ser diferentes mas há algo que todos somos ou desejamos ser: Humanos.
É isso... kkkkkk... Obrigada se por acaso chegou até ao final! Abraços fraternos! Feliz Domingo!
Raimunda Lucinda Martins(Nelremar)