A LUTA INVISÍVEL
FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
É aconselhável no imaginário popular não mexer com quem está quieto. Portanto, depois de uma grande, média e/ou pequena maneira de gestar a coisa pública, a (res)pública, o candidato que sonha se manter no poder faz de tudo nunca visto nem em Alice no País das Maravilhas¹, no Sítio do Picapau Amarelo² e/ou no Bem-Amado³...
Assim está lançada à sorte de caçar aprovação nas urnas, sejam elas eletrônicas e/ou de contagem manual, ainda adotada em certos países do mundo. Ambos sistemas são conhecidos pelo sim e/ou pelo não. A única coisa que não se conhece é a vontade do eleitor antecipadamente. Assim jamais o candidato inteligente deve lutar contra ou a favor com o que não está presente - o voto, porque na "realidade" todo e qualquer candidato, se acha inteligente, perfeito e justo, o máximo, antes, durante e depois do palanque, tanto é que quem ganhou a eleição anterior, não quer perder a eleição à vista, custe o que custar, inclusive usando a caneta com tinta para todos os gostos. E quem perdeu a eleição anterior, agora quer ganhar, usando de novas armas presentes. O rio pode está cheio... faça sol e/ou faça chuva, de dia e de noite, nada importa a luta visível pelo voto está lançada, jogo duro, a vaca pode torcer o rabo.
O pau que for "podre" que se quebre. Agora, seja qual for a "verdade", "fakes" e/ou a "mentira", enquanto "mote" e/ou "chavão" de cada ideologia manipuladora de cada candidato da direita, da esquerda, do centro, etc, tem todas o mesmo e único objetivo, convencer o eleitorado. Não importa a cor partidária.
A luta visível está presente entre todos candidatos, vem aí o horário eleitoral, palanques, reuniões públicas e privadas presenciais e/ou remotas, caminhadas, arrastões, visitas, doações proibidas, santinhos, etc,... discursos de santidade, de honestidade, de fogo amigo, de amigo fogo, de honradez para todos os gostos e naipes dos embaralhados baralhos do jogo limpo e/ou do jogo sujo da política, isso porque cobra que não anda não engole sapos..., todos candidatos lutam visíveis a procura do invisível, o voto, porque não está presente, a escolha popular é terra cediça, uma vez que o voto é invisível, porque mesmo diante das avançadas tecnologias, internet, redes sociais, urnas eletrônicas, TV, rádios, jornais físicos e/ou remotos, etc, só se conhece o resultado do invisível depois da urna apurada e sem saber quem o deu...
Isso é fato, o mundo conhece durante os nove meses de gestação de uma mãe, tudo sobre o(a) filho(a) ainda na barriga dela, até o sexo... agora o voto, não, só depois da urna apurada. O único inimigo do candidato antes, durante e depois do voto é ele mesmo.
A liberdade assim como medo é a escravidão do povo construída através do voto, o invisível com as próprias mãos.
Chegou a hora de se saber quem é quem nesta corrida visível com resultados imprevisíveis.
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¹Cf.: CARROLL, Lewis. Alice no País das Maravilhas.
² Cf.: LOBATO, Monteiro. Sítio de Picapau Amarelo.
³Cf.: DIAS, Gomes. O Bem-Amado.