O retrato é sempre essa desconstrução do real que ousamos capturar para buscar o que nao se vê , tanto na tela como numa folha de papel em branco. Nunca uma representação. Iludem-se aqueles que ficam na semelhança entre as palavras e as coisas, entre as sombras e a luz.
Há sempre a veladura do mistério sob um rosto onde multiplos planos se desdobram ao pintor, como ao poeta pasmos diante das sensações que tentam modelar com a luz fugidia, da cor que só se revela ao se densificar as sombras ou sob as palabras que guardam seus sons. É pelas sombras da metáfora que o rosto me assombra no Portal...