Desencanto
Engraçado como o desencanto chega tão perto do encanto.
Sem perceber estamos amando, mas sem perceber nos desencantamos com a mesma facilidade e sem qualquer motivo aparente.
No meu caso, uma virgula é como uma montanha a me assustar.
Meu desencanto aparece dentro de mim, sem que eu explique ou sequer me de conta.
De repente, tudo oque era expectativa vira ...nada .
Estranho esse sentimento...
Acho que no fundo até sabemos!
É como um clique em uma peça qualquer, que de repente deixa de fazer...afrouxa, perde a conexão, não dá mais liga.
É assim comigo
Você passa anos esperando por alguém,
Esse alguém é idealizado na sua cabeça de todos os jeitos possíveis e imaginários.
Daí, e você vai lá tem esse alguém ao seu lado.
Sim esse alguém é como se fosse um deus pra você!
Uma celebridade...
Você se sente uma idiota perto dele.
Ele parece tão, tão...tão mais que você!
Mas tão mais oque ??
Ao mesmo tempo você é tão mais ...e sabe disso
Tão mais linda, tão mais culta, tão mais cheirosa, tão mais inteligente...você sabe...
Mas não...existe um sentimento interior que coloca ele em um pedestal pra você.
É como se você falasse com uma entidade ou de uma entidade...
Estranho, muito estranho, pois você sabe que no fundo não é nada disso, mas é exatamente assim que você sente.
Esse estagio de demência pode durar anos e anos viu ?
Sim, demência, pois não vejo outro nome.
E num dia qualquer , uma palavra boba que essa pessoa te diz no meio de tantas baboseiras que certamente ja te disse, te pega de jeito e páhhh...o clique da demência já não clica igual...
Você aperta os parafusos e não vai...algo saiu fora do lugar...aquela pessoa conseguiu com uma virgula fazer com que toda aquela veneração caísse montanha abaixo.
E aí, somente aí você se dá conta do quão idiota você foi.
De quanto tempo perdeu idolatrando alguém que na verdade nunca existiu!
Amor ? Que amor, você se pergunta...
Você inventou alguém e amou sozinha...
Esse algúém na verdade nunca existiu!
Você deu nome e rosto, mas na verdade foi você que inventou!
Helô Silva