Anos 50
Do final dos anos 50, lembro nada não. Eu era só um bebezinho, tem como lembrar não, porém, penso que sei muito – saber muito é modo de dizer, ninguém sabe muito sobre nada – desta época, pois trata-se de um período que gosto demais. Penso que é normal essa paixão por um breve tempo que nos precedeu; um pé no passado próximo, digamos assim.
Foram naqueles anos mágicos, a que alguns referem como “dourados”, que surgiram Elvis, James Dean, Natalie Wood, João Gilberto, Tom Jobim. Tanta gente! Tanta coisa! Eram tempos de guerra, mas, afinal, todos os tempos são de guerra; eram tempos de paz enquanto paz predominava nos recônditos da alma.
Ainda hoje busco esse tempo que me prendeu, seja em filmes “noir”, em Nat King Cole, no “Falcão Maltês”; no olhar de Ingrid Bergman.
Com o passar do tempo, outras coisas foram se sobrepondo. Não sou saudosista, não vivo de recordações. Tento fazer do dia a dia o melhor que posso. Curtir coisas novas e isso é possível, mas que quando dou uma passadinha pelo youtube e mergulho naqueles anos dá uma saudade imensa, isso dá. Ah se não fosse a tecnologia, incrível, maravilhosa tecnologia; penso nos antigos que tinham apenas a memória – e desbotadas fotografias - pra recordar.