MURALHAS INTERNAS.
Não tem jeito. Por mais que tentemos ou queiramos fugir das regras e convenções preestabelecidas, e das definições cujos critérios nos colocam encaixados em padrões de comportamentos divididos entre certo-errado, bom-mau, triste-feliz e tantos outros opostos; caímos sempre em armadilhas(próprias ou não). Funciona, assim, a vida. Pode girar a Terra, a nossa cabeça, não. Tão fácil seria se, na dúvida, estivesse lá, ao nosso alcance, a tabela de procedimentos, quase um Dr Google. No entanto, dispomos de uma complexidade e curiosidade aguçadas. Desejos urgentes, buscas incessantes, ardências, carências...onde e como enquadrar e teorizar tais impulsos de intensidades sobre-humanas? Lidar com o aceitável é fácil. Mas nossas inquietações vão além. Nossa fome de vida não se contenta, não se acomoda ao simplismo. Em qual compartimento acomodamos nossos medos, inseguranças, fragilidades, porra-louquismos, insanidades? São pesos na balança. Particularmente, não os tenho acomodado; não mais. E aos incomodados, peço um olhar atencioso aos céus. Lá, na lateral, existe uma porta entreaberta; se a sua, entramos juntos. Mas caso prefira uma entrada "leve e triunfante", terá o livre arbítrio. Ainda não é o meu caso...Quem sabe, então, numa próxima vida, dos céus, novamente outro salto, dessa vez, sem rede de proteção. E no peito, o prazer, o deleite, a emoção e a sorte das batidas plenas de um louco coração. Quem sabe...
Elenice Bastos.