CALL-CENTER
Francisco de Paula Melo Aguiar
É usado para disfarçar a prestação de serviços públicos e privados, tais como chamar a prefeitura para tapar buracos nas ruas, substituir lâmpadas queimadas (onde o consumo é pago mensalmente pelos consumidores ativos), verdadeiro favorecimento aos donos do alheio, denunciar a falta de remédios nos postos de saúde, merenda escolar, escolas sucateadas, contratos e promessas de campanhas políticas não cumpridos, mercados sebosos e sujos, cemitérios cheios de mato e lixo funerário, falta de profissionais da medicina (médios, dentistas, enfermeiros, psicólogos, etc), da educação (professores e gestores comprometidos com a causa dos humildes), desamparo social aos moradores de ruas que aumenta todos os dias, combate eficiente no tratamento dos usuários de drogas, segurança pública no meio da rua as 24(vinte e quatro) horas para a população, falta de água, cano quebrado em via pública, esgoto a céu aberto, escuridão a perde de vista em ruas e praças (principalmente nas comunidades periféricas...), etc. E não é diferente o trato dado pelos governos: municipal, estadual e federal na construção e conservação das estradas, escolas, hospitais, etc.
Ninguém encontra dinheiro no lixo, porém, todos os dias se observa a cidadania sendo jogada no lixo.
Quando o cidadão quer ser enganado usa o "Call-Center", a ouvidoria pública ou privada, o disque denúncia, o O800... de qualquer repartição pública e ou privada. Com raras exceções, alguns agendamentos funcionam, a exemplo do INSS e da Receita Federal. O relacionamento do cidadão com tais órgãos é uma via dolorosa, semelhante ao caminho do calvário levando Jesus Cristo para ser crucificado para pagar os pecados da humanidade santa e pecadora.
O contribuinte nacional, estadual e municipal é o mesmo em qualquer esfera de governos no Brasil, recebe, por exemplo, um aviso do DENATRAN pedindo para ele procurar o representante/revendedor da marca de seu automóvel “Y”, “X”, por exemplo, mais próxima de sua residência para agendar a substituição de peça, com possível defeito de fabricação detectado ou a detectar, aí a coisa pega, porque a concessionária “Y”, “X”, etc., nunca tem a peça para ser substituída nem gratuitamente e ou o usuário pagando ainda que no escuro, sobre a alegação que a possível peça não foi ainda fabricada e por isso não existe ainda no mercado e que a montadora não enviou ainda para a concessionária repor a peça em tais veículos, objeto do aviso de "call-center"...
Durma com essa zoada... e ainda dizem que criança não mente.
Infelizmente, cada mentira cria um mundo “novo”, uma expectativa, porque gera um espaço de ilusão, ainda que por analogia ao pensamento do pediatra e psicanalista inglês Donald Woods Winnicott. Diante de tal visão de mundo, tem origem o falso-self, o falso tudo, tão usado atualmente como máscara social do ser e do não ser do individual e do coletivo, enquanto isso a humanidade vive assim em eterna psicose, a exemplo do Call-Center.