O caminhante...
O caminhante... Autor: José Maria Alves Ferreira
O Caminhante caminhava porque queria chegar no horizonte e quanto mais caminhava, deixando coisas, lugares e pessoas para trás, as lágrimas lhe faziam companhia. Não sabia se eram de tristeza ou de encantamento pelo novo que fortalecia seus passos. Assim mesmo seguia para aquele horizonte maravilhoso conversando consigo em seus sonhos. Ao mesmo tempo sentia uma dor em seu coração por tudo e todos que ficaram para trás. Estava ele na dúvida que corrompia o possessivo, abandonar o que pensava que lhe pertencia por não saber do comodato firmado com o Criador e assim lhe perturbava a ansiedade duvidosa de chegar e o medo de não se adaptar à chegada.
Hum, e se eu chegar e ficar sozinho diante da imensidão do horizonte? Assim vai o caminhante pensando...
Assim é a vida. Quando decidimos e escolhemos a nossa qualidade de vida e conseguimos viver mais precisamos entender que deixaremos muitos dos nossos entes queridos para trás. Não há como levar todos para a nossa caminhada, para as nossas realizações. Cada ser é um indivíduo e, além disso, cada um sonha os seus sonhos, independente de nossas vontades.
Precisamos cuidar de nosso emocional para quando olharmos para trás, percebamos que tudo valeu e que todos os que lá ficaram, não ficaram, pois se tornaram energias e agora podem viver em nossos corações num fluir independente de tempo em hora e lugar, pois sabemos que a energia é atemporal.
O entender essas coisas de tempo, hora e lugar nos dá a compreensão para a caminhada rumo ao infinito e esta liberta o nosso ser para nos unirmos em uma única energia universal.
O caminhante aí nesse momento realiza o estar no tempo de agora, na realidade do ser e torna-se uma única e magnífica felicidade, embora lhe escorra lágrimas de um misto sentir tristezas e lembranças felizes.
Viva! A vida está acontecendo em todos para ser vivida no agora!