OS BAILINHOS DE FORMATURA ANOS 60

OS BAILINHOS DE FORMATURA ANOS 60

Era época em que os alunos tratavam de inventar maneiras de arrumar dinheiro para as festas comemorativas das formaturas. Tanto o término do curso ginasial, hoje refere-se ao período compreendido entre os quinto e nona séries do primeiro grau, quanto o término dos cursos clássicos e científicos, correspondentes hoje ao secundário. As comissões de formatura inventavam as mais variadas formas de captar recursos para contratar orquestras e locais com grandes salões onde seriam realizados os bailes. O ano letivo era permeado por festas nas casas dos formandos, onde convites e refrigerantes eram vendidos e podia-se dançar ao som de aparelhos maravilhosos chamados Sonata, que reproduziam discos de vinil, os hoje históricos “Long Play”. A Bossa Nova dava seus primeiros passos e Roberto Carlos cantava músicas de Cowboy, a Jovem Guarda ainda não existia. Ouvia-se muito vozeirões como Nelson Gonçalves (Deusa do Asfalto, A volta do Boêmio, Entre a Cruz e a Espada), e outros com as chamadas “voz de travesseiro” devido a suavidade que eram cantadas como Dick Farney ( Alguém como tu,Teus olhos são duas contas pequeninas, Nick Bar, Marina Morena). Para dançar , RayConiff e sua orquestra, Pepino Di Capri, Domenico Modugno, Gianni Morandi, Rita Pavone. As meninas dançavam com a mão esquerda contra o ombro dos rapazes para manter distância e dançar de rosto colado era só para namorados. Acredito que nesses bailinhos caseiros nasceram muitos casamentos que perduram até hoje.

Então, aos sábados e domingos, um dos programas era buscar onde havia bailinhos de formatura, de preferência onde se sabia haver gente bonita. Como se realizavam em casas de famílias eram festas comportadas e paqueras não passavam de dançar, trocar olhares, e conversar com quem nos despertasse interesses inconfessáveis. Normalmente os meninos formavam pequenos grupos e as meninas ficavam conversando como entre si. Mas sempre pairava no ar um espírito de buscar um namorado ou namorada. Era época da inocência, da puberdade, e, à duras penas, os adolescentes de então iam aprendendo a lidar com o outro sexo, e se preparar para os amores da vida adulta,

Paulo Miorim 13/07/2022

Paulo Miorim
Enviado por Paulo Miorim em 17/07/2022
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