Houve um tempo...
Houve um tempo em que o amor era tratado como excelência, as pessoas se interagiam apenas com um olhar. Os sentimentos não eram escancarados, devido à timidez e a nudez era um mistério a ser desvendado. O corpo era uma espécie de graça recebida dos Deuses, que protegia a sete chaves para evitar que o mesmo sofresse ser exposto de forma pecaminosa.
Houve um tempo em que as virgens eram condecoradas, um mito, algo desejável, mas intocável. As donzelas eram inocentes, puras, vivia um mundo de fantasia e sonhos. O amor desfilava em palácios, bailes dourados, grandes banquetes e era admirado ao longe. As musas se despontavam com vestes longas e cabelos armados de uma formosura sem igual.
Houve um tempo em que o poder da conquista era algo fascinante, contagiava, elevava as alturas. As quermesses tinham o correio elegante, aquele que levava a mensagem dos tímidos a amada tão querida. Havia glamour, beleza, charme, elegância e postura na forma de se declarar.
Houve um tempo em que os sonhos eram mágicos, como conto de fadas, a gente sempre tinha uma surpresa. O encanto era tão lindo que balançava o coração de tal forma, que parecia que ele sairia pela boca. Havia romantismo, preliminares, cumplicidade, fidelidade e o amor permaneceria intacto, até se transformar em cinzas.
Houve um tempo em que os amantes se amavam loucamente, se presenteavam com flores e se consumiam com um prazer ardente que foge do controle das emoções e a felicidade era tão simples. Houve um tempo que as musas inspiradoras eram intocáveis, desejadas, sonhadas, despida com carinho e respeito e amadas com um amor sem explicação.