SONHOU COM A MILHAR E GANHOU

Sonhou com a Milhar e Ganhou

(Vento Lusitano)

Hoje, sexta-feira, é dia de fazer uma aposta, uma “fezinha” na loteria da caixa. Confesso que quando faço lembro-me de meu amigo Antônio, ele é um cavalheiro, uma pessoa especial, mas especial também são suas histórias.

Conta ele que na década de 80 trabalhava em Curitiba, em uma lotérica, no centro, mas tinha por costume toda a semana apostar no jogo do bicho, chegou a ganhar algumas vezes, no entanto, valores inexpressivos, mas naquele dia foi totalmente diferente. Diz ele que acordou pela manhã e ao descer a escada de seu apartamento para comprar pão na padaria que ficava no térreo, acabou por lembrar que havia sonhado com uma milhar. De imediato pensou, vou tomar o café e a primeira coisa a fazer será apostar no jogo do bicho, vou jogar o número que sonhei no primeiro prêmio. Tão logo desceu a escada do edifício, chegando à rua, a primeira coisa que avistou foi um velho “fusquinha” vindo em sua direção, muito lhe chamou a atenção, entretanto, mais ainda quando olhou para a placa do fusca e, surpreendentemente, viu na placa o mesmíssimo número que havia sonhado. Conta ele que pensou até meio assustado: - “Se já tinha motivo para jogar, agora tenho muito mais.” Pois bem, lá foi ele fazer a aposta. Uma vez realizada restava aguardar o sorteio da federal. Conta que passou a tarde impaciente, não via à hora de ir para casa para acompanhar o sorteio, na época era transmitido pelo rádio. À hora chegou já em casa e devidamente acomodado no sofá, rádio ligado, volume alto, papel e caneta na mão, estava tudo preparado. Não demorou o locutor da rádio disse: “Prepara o coração lá vai o resultado da Federal, atenção primeiro prêmio.” Não deu outra, “Uffa, Uffa, acertei, acertei, acertei.” Conta ele que custou a acreditar, mas era verdade, realmente acertou, o sonho se realizou.

A moeda época era outra, mas Antônio diz que com o valor do prêmio possibilitava comprar dez das maiores motos da Honda, as de mais potência. Não resta dúvida era um bom dinheiro. Conta que conseguiu esconder de seu patrão por uns trinta dias que havia acertado, o patrão acabou descobrindo e lhe pediu o dinheiro emprestado. Diz que como resultado do empréstimo levou cinco anos para receber o dinheiro de volta. Que seu patrão o pagou no “beliscão”, ou seja, do jeito que quis. Antônio termina sua história rindo muito e dizendo: “Não adianta, enquanto existir burro tem fabricante de cargueiro, rsrsrsrrs”.

Vento Lusitano
Enviado por Vento Lusitano em 15/07/2022
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