A EMENDA
Francisco de Paula Melo Aguiar
Assim como o imaginário popular, saiu pior do que o soneto do auxílio Brasil. Em pleno período eleitoral a regra do jogo muda diante da aprovação e promulgação da emenda que adiciona duzentos reais aos quatrocentos fixos até 31 de dezembro de 2022.
A libertação falimentar dos duzentos reais tem a duração de cento e cinquenta e três dias: 01/08 a 31/12/2022. É isso mesmo, o período em que a população em extrema pobreza, moradores de ruas, os invisíveis, sem lenços e documentos, terão para descobrirem os seus momentos egoístas, vingativos, mesquinhos, arrogantes, fracos, famintos, ansiosos, desacreditados por tudo e por todos e suas afinidades não necessariamente ajudarão atingir o único objetivo de conquistar mentes plenas e desintoxicadas para livremente escolher em quem votar para presidente da República, que realmente defenda "a mesa farta" para os sem nada, antes, durante e depois das eleições de 2022.
A autoflagelação nacional da fome e ajuda de R$ 200,00 (duzentos reais) a mais durante cinco meses em período eleitoral, tem cheiro de aliciamento eleitoral da população faminta. Não deixa de ser distribuição de benefício a qualquer preço em período eleitoral, o que por si mesmo, configura-se crime. É ano eleitoral. Então o que era crime, agora deixa de ser. É legal...a vitória da caneta oficial escrevendo a derrota do povo, cuja tinta é o sangue da massa pobre nacional dos invisíveis e excluídos...
Assim sendo, existe uma diferença entre votar com fome e votar sem fome. Há como seria bom se tal ajuda fosse para a vida toda e de um salário minimo nacional?!... porque é esse o mérito da emenda à Carta Magna promulgada ontem... salve-se quem puder. A sorte está lançada...
E isso é o mesmo que essa gente beneficiada "teria" ou "terá" que pagar a benece oficial nas urnas... pelo "sim" ou pelo "não" é um apelo comprado com dinheiro do povo.
Se o tiro não sair pela culatra, tudo continuará como antes no Quartel de Abrantes...
A preocupação da população é justamente renovar ou atualizar o cadastro dos necessitados do Auxílio Brasil, vale gás, descontos de gasolina, de óleo diesel, etc, para não perder "a ajuda", o trem pagador eleitoral não dormirá, porque é período eleitoral.
A autocrítica nacional com reflexo eleitoral é exatamente o processo de desprendimento, meramente eleitoreiro, quem for vivo verá.
A regra do jogo já não é a mesma diante do apelo financeiro oficial.
Isso natural e não faz mal, que a massa goste ou não goste do retrato em preto e branco do "id", do "ego" e do "superego" nacional.