A CASA, OUTRA VEZ.
A CASA, OUTRA VEZ.
CRÔNICA-13/06/22
É difícil não falar da Casa.
Foi e é a Casa de meus pais.
Ela tem personalidade. Impressiona por seu estilo sóbrio e elegante, como meu pai, e por seu jeito meigo e acolhedor, como minha mãe.
Ao descer a rampa da garagem, vejo sua frente colonial, a varanda lateral direita, onde nos reuníamos, a garagem à esquerda e à frente o jardim, com o coqueiro que plantei e a churrasqueira que fiz com o falecido Nelson, o pedreiro de nossa Família.
No jardim, plantei um pé de acerola, a pedido de mamãe, que frutificou, após seu falecimento, marcando assim, definitivamente, sua presença.
Cada cômodo da casa tem uma história, que um dia contarei. Mas minha maior atração é pela Capela, onde meus pais faziam suas orações.
Tem um altar gótico, de ferro, acima, na parede, o quadro de Jesus misericordioso, e sobre ele, um ccrucifixo ladeado pelas imagens de Maria e José.
À frente, dois troninhos, onde meus pais se assentavam e no chão, uma almofada, como genuflexório .
Ali, toda madrugada, assento-me, ora num, ora noutro, nos troninhos, para meditar, orar e escrever, terminando minha prática, de joelhos, sobre a almofada.
É nessa Casa, nessa Capela, diante desse Altar, que recobro forças físicas e espirituais, a exemplo de meus pais, para continuar a jornada.
Ao me levantar, para dormir, despeço-me de Deus, lanço um último olhar para o Altar, e peço a bênção de meus pais:
"- Bença pai, bença mãe..."
E sinto, em meu coração, sua resposta:
"- Deus o abençoe, meu filho."