A Bienal do Livro

Foi demorado, quatro anos, para ser exato. Infelizmente, teve fila, mas isso é normal... O que não tem fila nos dias de hoje? Teve magia, encanto, gritos, abraços, encontros, reencontros... Teve muitos livros! Teve muitas fotos! Teve aventura na dose certa. Teve fantasia e originalidade. Teve apresentações para o público, que também se apresentou durante os nove dias.

Em cada manhã, a certeza de que a casa estaria cheia. E todos faziam questão de entrar e se sentir na sala, diante de uma tela gigante. Conforme as horas iam passando, a dor nas pernas surgia como se quisesse avisar: chega! Que nada, ainda tinha muita coisa para explorar. Tinha sonhos para serem realizados, muitos autógrafos para serem distribuídos, havia muitos sorrisos e lágrimas; um misto de emoção difícil de explicar. As páginas eram folheadas diante de olhares atentos, pois nenhum detalhe podia escapar.

Houve frustração, alívio, objetivo alcançado, espera e... espera... Mas no fim, valeu a pena, porque depois de quatro anos, tudo ficou mais especial. Entre vozes alteradas por conta do barulho, inúmeros sotaques de todas as partes, se juntaram no mesmo lugar, buscando a mesma coisa só que de maneira diferente. Enquanto um olhar se fixava numa direção, outro focava do lado oposto, pois eram muitas câmeras por ali. Mas o sorriso, ah, esse era igual em todos os rostos! Entre sonhos realizados e barreiras superadas, vinha a certeza de que amanhã teria mais. E assim foi...

Mas tudo termina. E agora, a sensação de vazio vem a todo instante, lembrar que passou; não tem mais. O jeito é olhar as fotos, juntar os brindes e guardar em algum lugar, onde pode ser lembrado sempre. De preferencia, dentro do coração...

Isso foram os últimos dias. Isso foram as últimas duzentas e dezesseis horas. Isso foi a Bienal do Livro.

Vander Christian
Enviado por Vander Christian em 12/07/2022
Código do texto: T7557888
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