Grande Sertão
CONFESSO que demorei muito tempo para ler o romance de Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas. O motivo é que não uma leitura simples. Para ler essa obra-prima é preciso paciência e atenção para aprender e apreender o idioma criado pelo autor. Não é o português correto é escorreito de Graciliano e nem a linguagem livre de Jorge Amado. Por outro lado, difere do realismo mágico de Garcia Márquez. Guimarães criou um sertào diferente é maravilhoso e uma linguagem que transcende a poesia. Basta entrar no clima e degustar. É biscoito fino
Fascinante. O livro é uma narrativ do jagunço Riobaldo, jâ no seu tempo de range rede (expressão dele) sobre sua vida e seu amor por Diadorim. Vai além discutindo a condição humana, tanto o antes como o depois. O todo.
Sempre vejo, aqui e ali, citações sobre esse magnífico romance? Caso de viver é perigoso ou a reflexão sobre a vida é a coragem. Mas nunca complementam com o que ele achava de Deus. Vou transcrever o trecho que explica:
"O correr da vida embaralha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre no meio da tristeza! Só assim de repente, na horinha em que só quer de propósito ou por coragem. Será? Era o que as vezes achava. Ao clarear o dia".
Nunca haverá obra-prima de autor nacional que se niveke ao romance de Guimarães Rosa. Inté.