AMORA
Na quarta passada, 6/7, no passeio da tarde com a minha cachorra Laila, encontrei essa cachorrinha junto de um muro ao lado de um portão. Estava tremendo de frio e certamente abandonada. Peguei no colo e resolvi trazê-la pra casa, pedindo antes um paninho da casa em frente, cuja dona eu conhecia e que estava com a empregada que trouxe o paninho. A patroa e meus filhos ficaram encantados com a cachorrinha. Resolvemos levá-la no veterinário para ver o seu estado geral e obter dicas para os primeiros cuidados, pois pensávamos em adotá-la e constatamos que estava bem, inclusive no peso, devendo ter entre 50/60 dias. Compramos ração e vermífugo. Voltamos pra casa e ficamos curtindo a bichinha, adorando seu jeito e receando que poderia ter algum entrevero com a Laila, de 10 anos. Demos o nome de Amora. Passei a noite toda acordado com ela no meu peito, recebendo deliciosas mordidinhas e lambidas no meu queixo e bochechas. A Laila não quis ficar junto, preferiu passar a noite no escritório e não na sala com a gente. De manhã percebemos que ela rosnava para a Amora, mal sinal, denotando profundo ciúme. Decidimos, então, não ficar com ela, pois a qualquer momento poderia ser atacada pela Laila, que lhe faria um estrago danado, certamente fatal. Postamos em rede social, especialmente nos grupos do prédio e da nossa região, fotos dela colocando-a pra adoção. A empregada que trouxe o paninho, casada com 2 filhos pequenos, se prontificou a adotá-la, vindo buscar na hora do almoço, quando acabasse o serviço. Passamos a manhã curtindo a Amora, adorável toda vida. Quando vieram buscá-la fiquei emocionado, lágrimas escorrendo a granel, expressando um sentimento de perda que foi tão forte quanto senti quando meu pai morreu, há 20 anos. Fiz um cartaz com fotos dela e coloquei no escritório em frente à mesa de trabalho para ficar revendo a toda hora a querida Amorinha, trazendo uma saudade do tamanho do mundo.