Reescrevendo a história da música popular brasileira
Atualmente é muito comum ouvir-se "comunicadores" pouco informados afirmar que duplas sertanejas, digamos, mais atuais (atuais, com no mínimo 50 anos de estrada!), tiraram a música caipira "das madrugadas". Bobagem!
A música caipira sempre liderou as "Paradas". Nos anos 50 e 60 o que se ouvia no rádio, e em horário nobre, era caipira ( Tonico e Tinoco, Tião Carreiro e Pardinho, Vieira e Vieirinha) e negar isso é negar a realidade da cultura nacional.
Claro que havia a fantástica - genial - Bossa Nova (Bossa Nova é, de todos, o mais importante movimento musical do mundo moderno. Através de uma releitura / junção jazz & samba transformou o que se ouvia até então) e outras manifestações importantes, porém, na alma brasileira o que sempre imperou foi a tradição caipira; a própria "jovem guarda" era um movimento - que se pretendia revolucionário - bem caipirão, tanto que muitos cantores que participavam do movimento migraram para o sertanejo. Já à época o que eles cantavam era "assertanejado", sem contar o figurino. E já ali apareciam duplas, como Deny & Dino, Leno & Lilian e outras. Caipiríssimas!
Aí, por falta de informação, tentam reescrever a história sem considerar essas situações. Às vezes cola, mas tudo é extremamente subjetivo, muita gente fala que não gosta de Rock; se não gosta é porque provavelmente nunca ouviu David Bowie. Outros dizem que não gostam de música caipira. Não gostam porque nunca prestaram atenção em Renato Teixeira, Almir Sater, Rolando Boldrin ou Mônica Salmaso. Música clássica então, melhor deixar pra lá. A humanidade evolui a passos razoavelmente largos, já sobre o homem, enquanto indivíduo, tenho minhas dúvidas; mínimas dúvidas e tristes certezas