⚫️ FeNeMê
Esse cara faz jus ao nome. Com aspecto ameaçador, esse veículo parece que apelidou o veículo pesado para transporte de cargas. A sigla FNM (Fábrica Nacional de Motores), que deu o fama ao bicho, batizou o possante com um nome tão pesado e jurássico quanto a estatal. Não era, mas tinha um jeitão soviético. Todo errado, tinha a maçaneta, bem como sua abertura, invertida. Sua aproximação causava medo, pois sua “cara” de assassino e o barulho (ou som) do motor turbinado pareciam me perseguir, como no filme, de Steven Spielberg, “Encurralado”.
Cada peça parece que foi pensada para causar horror. Essas particularidades amedrontadoras só eram aplacadas quando desembarcava um motorista com características humanas. Mesmo assim, estacionado, com o motor ligado e a “cara” feia, a máquina continuava repelindo qualquer aproximação.
Símbolo da industrialização getulista (Getúlio Vargas), carregou o Brasil nas costas, a partir de 1949.
Como virou item de colecionador, se eu avisto um FNM em bom estado de conservação, sei que está indo em uma exposição. É isso aí, o “pau véio” que ainda era avistado, como um OVNI, nos anos 80, se esgoelando numa subida, arrastando uma carga baratinha, tornou-se decoração de valiosas garagens. É um descanso digno.
Esse caminhão merece o apelido de “Bruto” ou “Pesado”. Pois sua aparência e nome transmitem o conceito. FNM (Fábrica Nacional de Motores), o nome do “bicho”, passa a noção de todo o peso da máquina estatal.
O ameaçador veículo parece ter vida própria e, dispensando a presença de um motorista, parece sempre pronto a esmagá-lo. Provavelmente, a indústria cinematográfica se inspirou nesse monstro sobre rodas para filmar veículos assassinos.
O caminhão parece ter sido planejado para intimidar, assustar e/ou, pelo menos, ameaçar: as cores geralmente eram “mortas”; a abertura das portas, invertidas; o barulho do motor turbinado, amedrontador e o conjunto, mais pesado do que realmente era.
Parecendo uma britadeira, o barulho do motor trabalhando avisava que um ‘FNM’ estava por perto. E sempre ameaçador surgia, dobrando a esquina, o caminhão que foi feito para botar medo.