O Campo dos Tajás
Se um dia eu esquecer de tudo, se um dia eu não lembrar quem sou ou teimar de que vivo outra vida, levem-me ao local mágico onde minha vida começou a ter sentido. Levem-me ao Parque da Residência, onde a chuva quase não nos molha porque as árvores, de tão boas, nos cobrem. Levem-me ao Caminho das Icamiabas, chamado por mim como Campo dos Tajás, onde o vento passa e as plantas ganham vida.
Foi nesse Parque, acompanhada do dono do sorriso mais lindo que já vi, que eu percebi que o que me fascina é a vida que o vento carrega com ele. Por que eu achava que as árvores estavam vivas e pareciam sinalizar algo? Pelo movimento. Tudo que é vivo se movimenta. É isso, o não ficar estagnado, o movimentar-se, que representa a vida para mim. E nesse Parque eu comecei a desejar ser como as árvores e os tajás: movimentando-me suavemente no ritmo da vida, sem deixar ela me levar como na tão cantada música, mas adaptando-me a ela sem perder a graciosidade.