Poetisa intrometida - BVIW

Tema: não durma no ponto (crônica)

 

Numa das primeiras incursões de pernoite na nossa casa de campo, lá no pé da Serra da Saudade, já de noitinha, chegamos. O céu se apresentou magnificamente estrelado e a novidade do passeio tinha uma emoção especial. Era um maio frio e de céu limpo de nuvens. O gado ruminava por perto e os quero-queros faziam tremenda algazarra, saudando as visitas inesperadas. Meu coração estava tão contente e a poetisa intrometida não dormiu no ponto e se pôs a escrever:

 

Céu de Estrelas

Cassiå Cāry`ne

 

Um recanto lá na serra,

Casinha no alto do morro.

Caminho de estrada de terra

Beleza simples que sorvo.

 

Viajo de noite pra lá.

Uma luzinha sozinha,

Qual diamante a incrustar,

O topo lá da serrinha.

 

A noite tinha tantas estrelas

Pra receber os convidados.

O céu não se fez de rogado,

Encheu-se de purpurina.

 

Queria deitar no gramado

Pra assistir o festival de estrelas,

De mãos dadas com o amado,

Conversando só besteiras…

 

Você vê as Três Marias? O Cinturão de Orion? O Cruzeiro do Sul, o Sete Estrelo? A Estrela Vésper? As plêiades?

 

E aponto pra cá, aponto pra lá!

Sorriso nos olhos,

Alegria me dá!

 

Caminho de São Tiago

Aqui no hemisfério sul,

Parece um grande bailado

No tapete de céu azul…

 

 

Cassia Caryne
Enviado por Cassia Caryne em 05/07/2022
Código do texto: T7553021
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