Poetisa intrometida - BVIW
Tema: não durma no ponto (crônica)
Numa das primeiras incursões de pernoite na nossa casa de campo, lá no pé da Serra da Saudade, já de noitinha, chegamos. O céu se apresentou magnificamente estrelado e a novidade do passeio tinha uma emoção especial. Era um maio frio e de céu limpo de nuvens. O gado ruminava por perto e os quero-queros faziam tremenda algazarra, saudando as visitas inesperadas. Meu coração estava tão contente e a poetisa intrometida não dormiu no ponto e se pôs a escrever:
Céu de Estrelas
Cassiå Cāry`ne
Um recanto lá na serra,
Casinha no alto do morro.
Caminho de estrada de terra
Beleza simples que sorvo.
Viajo de noite pra lá.
Uma luzinha sozinha,
Qual diamante a incrustar,
O topo lá da serrinha.
A noite tinha tantas estrelas
Pra receber os convidados.
O céu não se fez de rogado,
Encheu-se de purpurina.
Queria deitar no gramado
Pra assistir o festival de estrelas,
De mãos dadas com o amado,
Conversando só besteiras…
Você vê as Três Marias? O Cinturão de Orion? O Cruzeiro do Sul, o Sete Estrelo? A Estrela Vésper? As plêiades?
E aponto pra cá, aponto pra lá!
Sorriso nos olhos,
Alegria me dá!
Caminho de São Tiago
Aqui no hemisfério sul,
Parece um grande bailado
No tapete de céu azul…