FECHEI COM A DETERMINAÇÃO

Se a determinação prevalecer rigorosamente em nossas vidas, obviamente não haverá um milímetro de espaço ao fracasso.

É lamentável que muitas vezes aprendemos somente no avançado da idade, que o viver regrado, não é de todo ruim.

É o meu pensamento que postar o espelho das nossas vidas - e no meu caso, no que diz determinação, ainda que pareça tardiamente - posso contribuir para que os jovens se espelhem nas receitinhas do bem. É assim que nomeio a situação quando deixo o errado para aplicar o certo. Muito embora, dentro da definição do “certo e errado” o meu errado poderá ser o seu certo. É onde entra a reflexão, com discernimento.

Sempre tive dificuldade para seguir regras pessoais. Entretanto, aplicava aos filhos todas as regras possíveis. Se valeu? Somente eles poderão responder.

Talvez pelo fato de eu ser muito intensa e imperativa, maltratei muito a minha mente, corpo e espírito. Não cuidei de mim. Fumei por 42 anos. Ao final, eu já fumava dois maços de cigarros ao dia.

Parei de fumar em 2015 quando o médico me informou de um avantajado enfisema pulmonar já denominado, DPOC. Ainda que usando adesivo para amainar o desejo de fumar, eu esfregava um pé ao outro, até sangrar, tamanho era o desejo por uma tragada.

Na época, uma frase que ficou sedimentada em meu coração vez que, ela me ajudou a travar a luta contra o vício, foi a citação de Carlos Drummod de Andrade no que disse:

“Só é lutador quem sabe lutar consigo mesmo”. E minha luta foi Hercúlea.

Eu me lembro com certa acanhação que após três meses em que parei de fumar, minha filha primogênita me disse que gostou muito de sentir o meu verdadeiro cheirinho. Acrescentou que ele era muito bom.

Durante a abstinência, sonhar que estava fumando me causava um misto de satisfação e fracasso. Mas acordar e ver que tudo não havia passado de um sonho, me impulsionava a continuar a luta contra o vício. Eu venci!

E quando pela primeira vez na vida você consegue ser obstinada, e vencer um vício, ou algo que lhe faz mal, seja por qualquer forma, sua vida passa a ser permeada pelo desafio. Cito como exemplo o hábito de beber água que me era um problema angustiante. Essa foi minha segunda determinação.

Comecei por dispor garrafas de água com copos altos (assim que aprecio) no quarto, sala e cozinha. Hoje, chego a beber dois litros e meio de água, ao dia. Até porque tomo muitos remédios.

A diabetes tem sido outro desafio que aos poucos estou superando com êxito. Imagina que eu tinha o descaramento de dizer:

- Quero pouco café nesse açúcar.

Hoje, uso raramente o açúcar. Adoçante o qual me era repugnante, tem sido meu aliado, e por muitas vezes, tomo café completamente sem açúcar, e aprecio!

Mas a luta continua só por hoje. Não é assim que se diz? Afinal, fechei seriamente com a determinação. Ela nos leva ao patamar mais alto da conquista. E no quesito conquista, sou sedutora!

Lúcia Borges

Em 03/07/2022