Pensamento Obtuso
A cultura brasileira em relação aos estágios da idade da mulher ainda tem o ranço do machismo, visto que o homem comporta-se como Peter Pan, no corpo do lobo mau, em busca da chapeuzinho. E, a mulher, a partir dos 40 é vista como a tiazinha que quer ser loba, mas lembra a vovozinha.
Na sociedade institucional não é diferente, principalmente nas empresas de pequeno porte, onde o dono recruta a Barbie para ser recepcionista. A experiência que se cuide, pois a beleza e a juventude estão acima do currículo. E o que falar quando o ramo é o entretenimento? Fica subentendido então.
Esse pensamento obtuso do mundo das aparências só pode vir de pessoas oblíquas, que queimaram as etapas da vida e ostentam o poder através da comercialização da afetividade. Neste sentido, o indivíduo não tem gênero, algumas pessoas também comportam-se como mercadoria. Mesmo com tudo isso, o público feminino tem conquistado espaços (embora apertados), no intuito de desapartar sua alma da figura masculina, pois não é sombra, tampouco objeto para pertencer.
O modo de reprodução social está mudando, e a mulher tem experimentado a liberdade de escolha sem importar-se com o olhar do outro. Mesmo porque, o outro e o que ele pensa não define ninguém, é só uma auto-projeção. A idade não comporta opinião, não limita condição, não é regra ou parametrização, é um estágio da vida, queira você ou não.
Não cabe à mulher a figura caricaturada de “Amélia “, boa de forno e fogão, e na cama aceitar a dama e o “vagabundo”. Tudo bem pensar que uma parcela tímida dos homens não é assim, mas esse número diminuto não muda a história, só reforça a luta por liberdade de gênero.