Sua verdade é diferente da minha?

É preciso destronar os pedaços de rocha que gira nas bordas do sistema solar. Simbolismos existem para que haja revisão e transformação. As chatices do cotidiano são colocadas nos nossos caminhos para ser enfrentadas e transportadas.

Estudo atualmente um autor para compor um texto sobre Existencialismo Humano. Título intrigante esse. Aliás, não só o título, a existência do ser é demasiadamente misteriosa. Por vezes requer dois pesos para se manter o balançar da vida em equilíbrio.

Talvez seja mesmo impossível imaginar que um dia isso possa realmente ocorrer. Pelo sim, pelo não, vou traduzir um pouco do meu estudo, para então melhor entender o sentido da audição, da alocução, dos gestos, dos olhares... Entre os homens!

Entendimento da leitura: – É preciso visitar os becos, freqüentar as vielas, os sem tetos, nas ruas, os miseráveis. Conhecer os incompreendidos, os dilacerados pelas perdas, os mutilados pela culpa, os transtornados pela psicose, os que são considerados lixo do sistema. Ajudar quem realmente precisa.

Ser ouvido, abraçado, amparado... Auxiliar as pessoas a suportar o caos humano. Auxiliar as pessoas que procuram desesperadamente por domicílio dentro de si mesmo, para descansar. Procuram por um lugar de conforto para os destroços de suas perdas. Perceber que todas as pessoas têm riquíssimas histórias, porém passam despercebidas aos preconceituosos olhares que circulam pela vida.

Trechos fortes e evidentemente tocantes ao ser de dentro. O livro todo é assim. Repleto de lições, envolve os olhos, os sentidos e a emoção da gente. Faz pensar como somos e o que somos de fato!

Num dos capítulos o autor diz que é difícil para muitos ver o registro do Criador no delírio de um psicótico, no desespero de um deprimido, no perfume de uma flor, no sorriso de uma criança ou no odor de um mendigo.

Estender a mão e ajudar o outro a sair do Casulo, do Buraco Negro, do Fundo do Poço. Levantá-lo das Ruínas, das Cinzas é Razão para poucos Seres Inteligentes. Coisa rara nesse mundo destrutível.

Pessoas que acusam as outras de serem mal resolvidas têm aos montes, mas elas esquecem que são mal resolvidas também, principalmente, consigo mesmas.

Nessa grande desalinho desordenado, sinto-me privilegiada por receber de pessoas em comum, amparo - sem cobranças, sem interesses material, financeiro ou físico. Sem exercer julgamentos, sem má vontade. Sem grau parentesco, sem vínculo emocional. Amparo, simplesmente - por livre vontade. Em sinal de compreensão, bondade e amizade sincera.

Sei que é difícil para muitos deixar de ser superficial e alienado para com as pessoas ao redor. Até que um dia a própria pessoa se veja em situação de caos.

Talvez minha vontade louca por exercer o jornalismo esteja aí. Sou uma grande crítica do sistema social. Impetuosa e impulsiva me exponho... Em essência tenho consciência que sou incomum.

O autor diz que os jornalistas são profissionais interessantes, bactérias que criticam o sistema, mas que dependem dele para sobreviver. Necessitamos todos do sistema, mas isso não significa que tenhamos que extinguir a nossa essência maior. Àquela, pura, e que nos trouxe até aqui, até este mundo em que vivemos hoje.

Poucos percebem que nos aproximamos pela linguagem universal da sensibilidade e da arte de pensar. Mesmo vivendo numa sociedade de consumo, completamente invertida, onde vale mais, quem tem cada vez mais, e as relações pessoais cada vez menos. Realidade Real, sem duplo sentido.

Tento compreender a minha própria superficialidade. O autor diz que cada ser humano é uma caixa de surpresas a ser explorada. Entendo que sou... E espero que meu entusiasmo pela vida jamais seja levado de mim... Apesar das contrariedades gostaria de não perder jamais meu canal de inspiração. Que é sem dúvida a escrita. Está na minha essência, por trás da minha 'maquilagem' social. Meu maior bem!

Em tempo: O nome do livro e do autor.

O Futuro da Humanidade, de Augusto Cury

Cássia Nascimento
Enviado por Cássia Nascimento em 27/11/2007
Reeditado em 16/01/2009
Código do texto: T754701