DEIXANDO MARCAS
Em pleno sábado, por volta das 3 da manhã acordei com um barulho enorme, som de quebrar pedras e máquinas, além
de vozes de pessoas na rua.
Um dos meus cães não parava de latir e então ao chamar sua atenção percebi que deveria ter alguém bem por perto de
casa, e ele alertou.
Um barulho incessante e enfadonho, que me deixou deveras irritada.
Pela manhã cedo descobri o motivo de tanta balburdia.
Era o pessoal da pavimentação consertando a rua, e marcando, com faixas brancas e amarelas para poder melhorar o
fluxo de carros.
Pensei comigo, se eu que estou longe, estou ouvindo alto, imagina quem mora mais próximo.
Porém como tudo tem uma razão de ser, mesmo com tanto barulho e incômodo a sinalização é necessária para serem
evitados acidentes.
Mas será que temos de fazer barulho pesado em nossa vida para sermos ouvidos pelas pessoas?
Será que a sensibilidade humana está tão reduzida ao seu próprio ego, que ninguém consegue mais ouvir um ao outro, a
não ser que se usem "máquinas pesadas"?
Poderíamos dizer:
- Eles podiam fazer esse trabalho durante o dia apenas fechando o espaço de rua necessário, isolando-o, mas por que
fazem de madrugada?
Bem, eu não sei responder a isso mas tenho uma certeza que se focamos em algo que queremos, e colocamos nossas
máquinas pesadas para funcionarem, com trabalho, dedicação e sobretudo amor ao que fazemos, teremos resultados,
mesmo que não nos ouçam, vamos deixando as marcas tal qual a sinalização da ruas da vida.
Kunti