Eu vim te ver
EU VIM TE VER
O que há de realidade, quando o pluralismo heterogêneo, desencadeia em tantas almas, o augúrio temporal, como se retratasse o intangível mundo dos viventes, em uma natureza esplendorosa, e que tem tudo, inclusive voz. Assim, o outono dá as caras e tinge a cidade de novas cores, as trepadeiras escolhem os telhados mais altos para enfileirassem, disputando o espaço com os arbustos, a luz do sol tem a cor de mel, e os horizontes fogem às nossas vistas, com a passagem das nuvens e a coreografia das folhas secas, impulsionadas pelo vento, uma aparente calmaria, repousa em ter a humanidade e a natureza, uma aceitação mutua e sem reservas.
Nas igreja descobriram-se as imagens seguindo om simbolizo respeitoso da semana santa que passou, assim como o advento da pascoa, e para nos, viventes, a caminhada continua, ora prazerosa, noutras enfadonha, seguindo rumos as vezes incerto por destino certo, com a certeza de que no fim da linha, lá estaremos juntos novamente. Mas, nessa manhã de sol, de nuvens brancas e azuis, eu lembrei da juventude, de meus domingos alegres, do meu sorriso ao desbravar mais um dia de eternas brincadeiras, quando o divertimento era o maior desejo... Ah! Que sonhos pueris, aqueles que deveriam durar a eternidade, mas que somente permanecem em mentes assim, como as nossas e, o saudosismo poético, daqueles que não desaprenderam o amor, mas, que fizeram entender, o preludio do tempo e, que morrerei ignorado, sem nunca ter sido amante, da mulher com a qual sonhei.
No meu abandono, fui condenado a reprimir os meus sentimentos, e de viver em meu coração, de me preservar das tentações mundanas, que apequenam a alma, mesmo explodindo no conflito de velhas e novas paixões.
A calma e o silencio, tem algo de doce e inebriante qual o amor, e nelas buscamos ideias e contemplações tranquilas, que nos prodigalizam inefáveis delicias e, como explicar os mistérios do espirito por contemplações materiais. O fato é que nasci para o amor impossível, mas o acaso quis que eu fosse servido muito além das minhas aspirações. Assim, palavras mudas transmitiam-se como um som no eco, que trazem alegrias passageiras, nessa viagem intermitente, entre a razão e o amor, pensamentos súbitos caem n´alma como um raio de sol através de espessas nuvens, tristes claridades de sabedorias implacáveis, que iluminam fatos acontecidos, revelam os nossos erros e nos põem sem perdão, diante de nos mesmos, e, por isso, eu vim te ver.
AIRTON GONDIM FEITOSA