Gabo e Petro
VIBREI com o resultado das eleições na Colômbia, a Vitória de Gustavo Perto (que na juventude foi membro di M-19, sendo preso e torturado,mas jamais deixou de sonhar com um país livre das desigualdades). Mas vibrei também com o ambiente democrático e livre em que decorreu o pleito. Mais: achei um belo gesto o di adversário de Petro, o milionário Rodolfo Hernandez que antes da proclamação dos resultados oficiais mas sentindo que sua derrota era irreversível, foi às redes e afirmou: "Aceito o resultado como deve ser. Desejo ao doutor Gustavo Petro que saiba dirigir o país, que seja fiel ao seu discurso contra a corrupçao". Ou seja, respaldo a voz das urnas, a democracia. Soube perder. Um comportamento diferente das provocações que vemos por aqui. A Colômbia deu uma lição de democracia.
No meu cantinho curtindo meu tempo de range rede, como dizia o jagunço Riobaldo, pensei no que diria o saudoso Garcia Marques ao saber que um ex-militante do M19, que na clandestinidade usava o codinome de Aureliano em homenagem ao personagem do seu romance. Acho que se amegraria e repetiria um trecho do seu discurso ao receber o Nobel:
"Uma nova e avassaladora utopia de vida, onde ninguém será capaz de decidir como outros morrerão, onde o amor provará que a verdade e a felicidade serão possíveis, é onde as raças condenadas a cem anos de solidão terão finalmente e para sempre, uma segunda oportunidade sobre a terra".
Viva a democracia. Inté.