CRÔNICA DE DOMINGO.

O FERIADO DE CORPUS CHRISTI.

   Embora essa crônica esteja sendo postada no domingo, como é de costume, os acontecimentos da última quarta me deram impulso para escrever naquele mesmo dia o presente texto sobre os pormenores que se passaram. Em geral, eu ganho o assunto que será exposto aqui durante a semana, no entanto, decidi compartilhar o ocorrido.

   Sendo assim...

   Hoje, quarta-feira, dia quinze, foi um dia cansativo, extremamente exaustivo, trabalho de todos feito por poucos. O sistema em que ( eles ) — me permitam chamá-los assim, trabalham, é terrivelmente ineficiente, eu nunca imaginei que fosse passar por semelhante situação. Aconteceu a seguinte situação, o feriado de amanhã, por exemplo, de Corpus Christi, Quinta-feira, dia dezesseis, não seria pago pela empresa. Segundo ( eles ), o mesmo foi adiantado ano passado por meio de um decreto municipal, portanto, essa quinta seria dia comum, revisando o decreto do ano passado, percebi pelo artigo citado que houve certo equívoco. 

    Veja.

   ( Art. 1º Ficam antecipados para o dia 31 de março e dias 1º, 3, 5 e 6 de abril de 2021 os feriados de Corpus Christi, do Aniversário de Sorocaba e do Dia da Consciência Negra do ano de 2021 e os feriados do Aniversário de Sorocaba e da Consciência Negra de 2022, previstos no Decreto nº 26.235, de 31 de maio de 2021, conforme autorizado pelo artigo 2º, da Lei nº 12.288, de 29 de março de 2021." (NR) ).

  Portanto, não é mencionado o adiantamento do feriado de Corpus Christi de 2022.

  Ainda que fosse, mesmo que a empresa tivesse optado por antecipá-lo no ano passado, acontece que, eu e outros funcionários mais novos que não trabalhávamos na empresa no período da antecipação, não poderíamos ser afetados pela medida, tendo o entendimento que teríamos o direito de receber sim o feriado. Questionado a respeito, o meu chefe não soube me informar com precisão sobre o assunto, eu trouxe ainda a referência da associação dos comerciários afirmando que o Corpus Christi, na minha cidade, será sim feriado. Depois de algumas ligações do meu chefe para o RH buscando esclarecer minha dúvida, um pouco de demora, outro chefe veio me informar lá pelas nove da noite da quarta que eu e todos os demais funcionários do mercado tínhamos sim direito ao feriado, reconhecendo-o sim, na quinta, com cem por cento e direto a folga extra para todos que estavam trabalhando. Agora se eu não falasse nada, se me calasse aceitando sem questionar minha dúvida inicial, perderíamos o  direito por uma inobservância simples. Não sou o tipo de pessoa que costuma reclamar e questionar, na verdade nunca fui dessas coisas, contudo, depois de tanto apanhar na vida, de tantos desaforos e negativas, passei a ficar mais atento com o que se referem a minha pessoa e meus direitos.

    Por muitas vezes guardei silêncio em situações semelhantes por onde passei, por medo, por receio e até vergonha, joguei em mãos de outros direitos que eram meus. Foram tantos desafios, de apanhar constantemente que a vida ensinou-me que não há demérito nenhum quando tomamos posição dentro das quatro linhas dos nossos direitos. Não sei quais serão as consequências de meu ato recente, uma vez que, a particularidade duvidosa de um funcionário, no caso eu, beneficiou a todos os outros funcionários, que ficaram muito alegres em face dos chefes superiores com ares de poucos amigos. Se esse episódio fez de mim alvo eu não sei, porém, de uma coisa tenho certeza, não me calarei mais, aliás, aconselho a todos, desde que façam dentro dos limites legais, a reivindicar o que lhes cabe por direito.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 19/06/2022
Reeditado em 19/06/2022
Código do texto: T7540843
Classificação de conteúdo: seguro