Se ela linda ela
O coração desta menina se chamava de Bela. E ela era uma linda montadora de cavalos e fazia isso desde os três quando a mãe a boa Genoveva a iniciara por prescrição do médico. Mais tinha um motivo de Bela montar cavalos tão novos, ela tinha síndrome de Down. Contudo os pais e os outros dois irmãos mais velhos a tratavam com muito amor e esmero carinho. E tinha muitos amiguinhos na escola a boa belinha e era sim no íntimo que a chamavam. Bela tinha uma qualidade: era muito boa com números e era a mais experta da classe mesmo tendo essa doença. E chegou o aniversário de quatro anos e ela pediu um livro de matemática e uma calculadora cientifica. E daí em diante Bela passou a ir todos os dias a biblioteca e leu num único ano aos cinco duzentos livros e passou a primeira série. E os pais viam que a filha de seis tinha já a cabeça de uma estudante do ano um do ensino médio pediram ao colégio para a filha fazer uma prova de proficiência e ver em qual ano do ensino a menina se adequara. Sendo então o teste indicou que ela deveria cursar a oitava série do fundamental e se não quisesse poderia optar pelo nono ano; e Bela optou oitava e ao contrário de muitos alunos superdotados ela fez muitos amigos e excelentes amigas. As meninas da classe a chamavam de maninha e os meninos de irmãzinha. E Bela fez ensino médio suave e gabaritou todas as matérias da escola menos educação física e entrou para a faculdade com treze anos completos e quis se formar psicanalista clinica voltada a crianças e adultos e pessoas com Down; e fez mestrado e depois doutorado na França e viajou sete anos fazendo cursos no exterior. E Bela conseguiu se casar e foi com um rapaz também com Down e tiveram uma única menina mais esta nasceu sem a doença e foi muito raro. Desde que Bela se casou aos trinta e nove a mãe dela passou a visita-la mais e muito mais e Genoveva foi a melhor mãe do mundo. Juntas mãe e filha por necessidades montaram uma sociedade de apoio e ajuda aos deficientes e portadores da doença de Bela e já ajudaram até hoje cinco mil e setecentas pessoas. E o pai de Bela morreu dois anos depois de ela nascer vitima de uma doença desconhecida ainda. E Bela Genoveva e o nome da filha eram Raiz as três adoravam passear de bicicleta pelo jardim do parque da cidade e era domingo após domingo essa linda atividade. Raiz cresceu sem doença alguma e foi a melhor aluna da classe tanto quanto a da mãe e se casou também aos dezoito e se formou em duas faculdades a de psiquiatria e psicologia assim. E o marido de Raiz de nome Romualdo era bom, honesto e inteligente e os dois tiveram dois filhos de nomes Asher e Bonifácio e continuarão a descendência de Bela. Genoveva morreu com cento e doze. Já a nossa grande heroína morreu com cento e trinta e os outros membros feneceram com mais de cem. E no túmulo da boa Bela se escreveu em cobre, bronze e ouro; foi a mais linda, amorosa, reta, benfazeja, honesta, perfeita com uma doença que ela superou todos os defeitos com grandes qualidades, hoje ela descansa no céu junto de nosso Senhor Jesus, vá em paz Bela. Já a família inteira dela chorou pela sua morte e tios e tias, primos e primas, parentes longes e pertos e até quem não gostavam dela chorava por ela também. O padre Inácio da paróquia dela dizia que ela era a mais e melhor catequista da paróquia há quarenta anos e ninguém a superava em fé, esperança e caridade. E rezava pelos inimigos e pelos amigos e sempre foi honesta no individual e no coletivo; suava a camisa e dava até o que não tinha para os pobres de sua rua; assim termina um desfecho sereno de uma história de várias belas e meninas que lutam por um mundo melhor mesmo assim doando seres suas vidas.
Observação: todas minhas crônicas são fictícias.