lucindanelremarcrônica ? Bom dia! / Boa tarde/ Boa noite

Hoje vamos fazer um estudo profundo de um ser bastante interessante. Veja se você adivinha... Um ser humano que facilmente se consegue entender...Para quem assiste novela, filme vê que são bem diferentes uns dos outros... No fisico. No jeito de ser? Nem tanto. Bom, acredito que todos já sabem de quem estou falando: sim, dele mesmo. Do (H)ome(m).

Há um ditado que diz: "Homem é tudo igual". Que injustiça! Não, de jeito nenhum. É quase tudo igual. Vejamos!

Temos "n" exemplos em novelas. Sim! Peguemos uma só que está mais na crista da onda. A novela Pantanal. Lá temos homens de todos os tipos (?... Será?). Bom, se não de todos, pelo menos de uma boa parcela que nos permite um estudo psicológico ( claro que não nos colocamos como profissionais mas como leigos... 😉) um tanto aprofundado e até sociológico. Comecemos pelo Leôncio filho do Leôncio velho, ou seja, o velho do rio. Este, cabra macho, machicho maduro. ( Larga mão deu!) que fala arrogantemente, de poucos sorrisos, que manda ( pensa) em tudo... Tem a seus pés todo mundo, até a natureza ( se ela deixasse)... É um homem a bem da verdade, fraco das ideias, preso a conceitos ultrapassados e que faz questão de seguir a vida como se o restante do mundo não existisse. Só encontra um ser capaz de lhe dobrar: uma mulher, a Juma. Esta que particularmente acho o personagem mais antipático de toda a trama, consegue fazer exatamente tudo ao contrário do "sogro". Porque o filho do Leôncio, o Joventino, é um fraco totalmente. Nunca sabe o que quer. Parece um ser sem sal. Ô personagem mais sem graça! Um homem que cresceu cronologicamente mas que não consegue realmente amadurecer. Desses que a gente encontra aos montes, infelizmente. O cara não tem vida. Foi os quindins do Pai mas com a chegada do "novo" filho, perdeu o posto e agora já está lutando para conseguir ganhar uma competição inventada pelo "grande pai" que em vez de querer uma família unida e amorosa, incentiva uma disputa para ver quem é o mais "Leôncio" deles. Coisas de homem que cresceu na vida economicamente mas permanece preso a ideias de girico. ( Bom, isto eu que penso... kkkkk). Outro exemplo de tipo de homem é o pai da Guta, marido da Maria ( mais conhecida como Bruaca). Este é bandido de todo jeito. Daqueles que "não suja as mãos " mas que se aproveita de outros que se deixam ou manipular ou se vendem por alguns cobres ou por terras. O cara é um malandro. Conseguiu enrolar meio mundo mas na verdade é um sujeito que em poucos minutos, se deixa enxergar como realmente é: um criminoso. É altamente machista, se acha esperto. No entanto, a pessoa que pode lhe por um certo freio, é a mulher dele, a que pensou que jamais se voltaria contra ele. Uma mulher aparentemente fraca e que não tem discernimento muito apurado das coisas. Na verdade, sendo mulher e com algum sexto sentido pelo menos levemente apurado, devia ter uma noção de que era tratada com descaso. Vamos e convenhamos, uma mulher ouvir do seu marido a frase :" vá se banhar, que hoje eu quero lhe usar" ou quando demonstrava querer carinho e ser desprezada, não podia deixar de alguma forma entender que o dito cujo é um grosseirão e/ ou tinha mais alguém.

Para não me estender mais, irei juntar outros homens : os trabalhadores, os amigos e os adversários. Nesses três tipos há os que mais interessantes da novela em seu aspecto positivo: o conciliador, aquele que tentou mover a Muda da ideia de vingança; o Levi que foi ruim ao ponto de mostrar de forma mais acintosa do quanto alguns homens não dão valor às Mulheres, querendo sempre satisfazer seus desejos ( o que praticamente todos os homens querem, inclusive os Leôncios). Assim, uma pergunta: o que diferencia realmente os homens fictícios ou reais? É o caráter e a forma de educação. Ver o homem pensando igual a certas coisas, não é difícil. O que diferencia é a visão do mundo que lhes foi passada. O homem que sabe que a Mulher não está aqui para se submeter às suas vontades. Isto é evidente que na novela, mesmo sendo um homem criado na cidade grande ou pequena, não significa olhar a vida,as coisas, as pessoas como instrumentos que estão ali para somente obedecer às suas necessidades ou vontades. O pai Leôncio, que está à frente dos negócios, mesmo tendo contato com pessoas que tem visão e tentam repassar para os olhos dele abrirem, não consegue. Por quê? Porque ele está preso ao seu olhar a conceitos velhos, desgastados. Quer que o mundo inteiro ou aquele ao qual está preso, fique do jeito que a sua vontade determina. Assim, o machismo impregnado na raça humana em geral, se sobrepõe. E isto não se restringe ao país. Vemos o mundo sucumbindo aos mandos e desmandos de alguns (e não são poucos) homens no estrangeiro. Tão aí as guerras para provar.

E notemos, o machismo é algo que não sai, não se origina apenas da fala ou dos atos do homem; mas também de muitas e muitas mulheres... Novela ou filme ou peça de teatro, a ficção mostra e muitas vezes reforça estas visões.

Raimunda Lucinda Martins