Reeleitura de mim mesma...
Por vezes me leio
Releio, separo sílabas repetidas, descubro o que há entrelinhas, busco frases equivocadas, equivalentes, equidistantes, me solto das amarras que me prendem em conceitos velhos, arcaicos, obsoletos, tresloucados
Aqueles que me serviram, me propuseram a negar o que não desejava deixar para trás
Então me largo numa prateleira, cansada. Sou livro velho já de folhas amareladas, com palavras desusadas, mas que vira e mexe me fazem rever coisas antigas com novo olhar
Percebo minhas imperfeições, minhas frases importantes, aquelas também esdrúxulas... Tudo com cheiro e sentido já passado. Ora, que leitura louca... Eu me perco em sinais alfabeticos tão velhos, que Matusalem jamais poderia ser visto como ancião
No fim das contas, sou um ser que é somatório de tudo e de nada... Apenas me tenho como livro interessante e que me leva a querer mais uma vez pelo menos folhear e dizer: amanhã será bom te reler em capítulos soltos pois a vida escrita está a ser novamente digitada em outras circunstâncias e o significado será também transmutado.
Sou na verdade para mim mesma uma incógnita a ser todo dia ou tempos em tempos a ser reinventada, ou melhor: reeditada.
Raimunda Lucinda Martins
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Agradeço a cada amigo visitante!
Agradeço em especial ao grande Poeta Jacó Filho que interagiu lindamente!
Aqui está:
Jacó Filho
há 37 minutos (16/06/2022 18:51:25 BRT)
Tal o rio que se renova,
Com as aguas das nascentes,
Eu me vejo diferente,
E sempre procuro provas...