APARÊNCIA!...

O orgulho sempre estava em cada detalhe de D.ª Nara, uma senhora de 79 anos que às vezes se revoltava em qualquer circunstância, não era rica, mas possuía uma situação financeira ótima, nunca teve dificuldades principalmente em questão de dinheiro, desde criança ela não passou dificuldades, sempre criada em ambientes da área da classe média mais para a alta do que para a baixa. E ainda desfrutava de uma polpuda pensão do seu marido um general falecido.

E como no Brasil é um alto e baixo na economia, e ainda existem pessoas muito ricas, mas também quanta pobreza! D.ª Nara forçosamente esbarrava com muitas pessoas pobres, mas seu orgulho permanecia lá em cima!... Brasileira, descendente de europeus, não via com bons olhos esta mistura da raça brasileira, até apoiava quando uma pessoa negra era discriminada, seus filhos não deviam misturar.

Esta sra. muito ativa, recebia tranquilamente todo mês sua aposentadoria, ela mesma se dirigia ao banco, e sacava sem dificuldade alguma.

Um dia ela saía da agência, distraidamente deixa cair sua bolsa, antes de se abaixar com dificuldade para apanhá-la, nota que um rapaz de cor negra se aproxima e gentilmente se oferece para apanhar a bolsa que estava ainda no chão. D.ª Nara, responde com toda sua raiva:

--- Não preciso de sua ajuda! Ela deduziu que ele já observava a longo tempo para roubá-la, aliando com seu racismo incontrolável, esnobou a ajuda do gentil cavalheiro, se não bastasse isto, falou claramente que desconfiava dele. Ele naturalmente se defendeu dizendo:

--- Minha senhora, eu apenas queria lhe ajudar!

Naquele alvoroço todo a polícia chega, a suposta vítima não perdeu tempo e acusou o rapaz, que de origem humilde, com roupas simples, naturalmente estava no intervalo de algum trabalho, é afastado num canto e uma completa revista pelos policiais, que deduziram também que o rapaz fosse um bandido querendo roubar uma pobre senhora.

D.ª Nara, satisfeita se prepara para pegar seu rumo, quando um outro rapaz, loiro bem bonito de aparência bem fina lhe fala:

--- Presenciei tudo minha senhora, sou gerente desta agência, estou no meu período de folga, se quiser lhe darei uma carona, a senhora deve mesmo duvidar das pessoas!

No trajeto dentro do carro eles entabulam numa animada conversa, D.ª Nara diz:

--- Com certeza eu seria mais uma vítima daquele delinqüente, ainda bem que você não é de cor meu jovem, me sinto mais tranqüila.

--- E o modo de ser está na cara de algumas pessoas, não é mesmo minha senhora? vai comentando o rapaz.

Acontece este trajeto começa a ficar demorado, o tempo gasto até a casa de D.ª Nara não levaria tanto tempo assim, ela observa que eles estão num lugar bem deserto, comenta:

--- Meu jovem deve estar bem longe de minha casa

--- E está mesmo e é aqui que a sra. vai ficar, ele fala com frieza:

--- passe esta bolsa pra cá. Fiquei com pena daquele rapaz que a senhora humilhou, percebi bondade nele, agora em mim existe a maldade.

MORAL DA HISTÓRIA, DESCONFIAR SEMPRE, MAS JULGAR, CONFORME O JULGAMENTO NÃO CONVÉM JAMAIS! A PESSOA HUMANA ENGANA MUITO SE BASEANDO NA APARÊNCIA.