SANTO ANTÔNIO

Fernando de Bulhões, nasceu em Lisboa/Portugal no dia 15 de agosto de 1153 e quando entrou para a ordem dos Cônegos Regrantes de Santo Agostinho, impuseram-lhe o nome Antônio. Faleceu aos 78 anos de idade, no dia 13 de junho de 1231, na cidade de Pádua/Itália, motivo pelo qual se comemora nesta data o dia do santo mais popular da igreja católica nos países de língua portuguesa.

Nos Estados do Nordeste Brasileiro, é a sua festa que dá início ao ciclo junino com as datas dedicadas aos outros santos, São João no dia 24 e São Pedro e São Paulo no dia 29, encerrando as festividades da colheita cujo plantio se deu no dia de São José, 19 de março.

Por sua notoriedade entre os fiéis católicos, as cidades de Lisboa e Pádua reclamam para si o privilégio do nascimento do santo que é representado de formas diferentes quando designados Santo Antônio de Lisboa ou Santo Antônio de Pádua.

No dia 30 de maio de 1232, menos de um ano depois de sua morte, foi reconhecido santo no mais rápido processo de canonização da igreja católica, pelo fato de lhe serem atribuídos vários milagres enquanto ainda vivo e da forma como pregava o evangelho e a doutrina católica romana.

Há relatos de que a sua língua permanece intacta, não se degradando até os dias atuais.

Santo Antônio foi contemporâneo de São Boaventura, de São Francisco de Assis e em 1946, recebeu o título de doutor da igreja por Bula expedida pelo Papa Pio XII.

São várias as lendas que deram ao santo a fama de casamenteiro.

Enquanto vivo, promovia reuniões com jovens de índoles semelhantes, com mesmas aspirações e desses encontros surgiram muitos casamentos.

Entre outros relatos, destaca-se o da jovem devota que, por não ter dinheiro para o dote, muito comum naquela época, rezou pedindo a providência do santo e da estatueta saiu um bilhete com a recomendação que fosse levado a determinado comerciante para que ele desse tantas moedas de prata quanto fossem necessárias para equilibrar o fiel da balança em que o bilhete fosse colocado num dos pratos e, milagrosamente foram necessárias 400 moedas.

Então o comerciante lembrou-se de que havia feito promessa ao Santo de que doaria tal quantia aos necessitados em retribuição à graça alcançada, mas que, como a maioria dos fiéis, tinha relegado ao esquecimento.

A veneração e as lendas da tradição popular foram trazidas para o Brasil pelos portugueses; como enfiar a faca na bananeira ou gotejar cera de vela na água da bacia para ver a letra inicial do nome do futuro marido; quem comer um pedaço do bolo de Santo Antônio, pegar no pau da bandeira ou tocar no andor, arranjará casamento antes do fim do ano. Santo Antônio também é padroeiro das grávidas, dos marinheiros, dos idosos e dizem ser mais eficiente do que São Longuinho quando se quer encontrar objetos ou documentos que ninguém sabe o seu paradeiro, assim como se garante que o fiel alcançará qualquer graça, desde que honesta, se rezar com fé e esperança a trezena de Santo Antônio.

Ainda no período colonial, Santo Antônio foi eleito por aclamação, vereador perpétuo da cidade de Igaraçu/PE, atualmente com dotação anual de um salário mínimo e em todo Nordeste é tradicional em seu dia, a distribuição do “pão de Santo Antônio” que deve ser conservado no depósito de farinha para que nunca falte alimento naquela casa.

Por todo mundo são muitos os conventos dedicados ao santo. Um dos mais bonitos e bem conservados está situado na Rua do Imperador Pedro II, no Recife/PE, erguido no período colonial (1606) em cujo interior estão a Capela Dourada, o museu de arte sacra e suas paredes são forradas por azulejos portugueses estampados com cenas bíblicas em azul e branco.