A MÃO INVISÍVEL ("A esperança seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero." — Victor Hugo)

No instante em que meus olhos encontram meus inimigos castigados, um misto de sentimentos percorre meu ser. Não é a satisfação de ver seu sofrimento aumentar, mas sim o alívio de saber que o peso sobre meus ombros diminui. A vida, tão astuta, tece suas malhas, revelando-me a trama obscura de um câncer que me consome por dentro. Será um chamado do alto? Uma mensagem para que eu fuja desse labirinto de amarguras? Eu clamo ao meu criador, suplicando por uma nova prova, além da doença e da perseguição implacável. Arranca-me à força deste tormento que se tornou minha existência! Afinal, ninguém se liberta de um vício sem vislumbrar a luz que o guia.

Acredito na criatividade divina que tudo permeia, e nela deposito minha esperança. Estou pronto para ouvir e obedecer às Suas vontades, mesmo que estas pareçam insondáveis aos olhos humanos. Se, porém, o caminho for prosseguir nesta jornada tortuosa, peço coragem, força, luminosidade e resiliência para enfrentar as tormentas sem permitir que os ataques dos adversários comprometam a qualidade do que faço: transmitir conhecimento àqueles que relutam em aprender. A indecisão, sabemos, é o estopim que nos lança ao abismo do desespero. No entanto, mesmo diante das agruras, persiste em mim a esperança de um futuro melhor. É por isso que temo o mal, pois ainda aguardo o bem que sei possível. Lembremos, então, que ninguém ousa subir em uma árvore e atirar pedras quando esta não oferece frutos saudáveis a colher.

Que a Mão Invisível que guia nossos passos nos conduza à redenção, seja ela qual for. Que sejamos corajosos em nossa trajetória, enfrentando as provações e descobrindo, em cada desafio, o propósito maior que nos conduz. Pois, no fim das contas, é a nossa fé que nos sustenta diante das adversidades, nos mostrando que a vida é tecida por fios misteriosos que, muitas vezes, só compreendemos ao olhar para trás. E, quem sabe, um dia possamos encontrar a paz tão almejada, libertando-nos das amarras invisíveis que nos aprisionam.