O Livro das Coisas Que não se Sabe
Sei que o regresso é impossível. Aquela que vem, mais cedo ou mais tarde, levou! Diante de todas as coisas, tão pequenas perto do fim de uma história, a conclusão aparece... Aparece de uma vez, como uma fera indomável, uma hidra em que cada cabeça equivale a um choro e cada choro a um pedaço do fim do mundo. Mas, o mundo infelizmente não parou.
Sei que o regresso é impossível. O mundo não esperou que a conclusão amarelasse nas folhas. O relógio do existir não quebrou justamente quando deveria: alguns segundos, minutos, dias, meses antes. O relógio tem sempre um relojoeiro a espreita que antecipa o conserto sem ao menos esperar a quebra.
Sei que o regresso é impossível. As perguntas se tornaram despropositadas porque quem deveria dar uma pista sobre aquilo que há "além do que" nunca respondeu. Alguém deve ter esquecido de escrever o livro das coisas que não se sabe... Uma pena, eu gostaria de saber por que o relojoeiro não tem empatia.