AS RÁDIOS E EU

AS RÁDIOS E EU

Este 12 de junho será, para mim , um domingo glorioso... estarei "em espírito" (ainda vivo, espero) num programa da Rádio CULTURA FM de Belém (93,7 mhz), o "CANTA PARÁ", que pode ser acessado também via Internet, no Facebook, no http://www.portalcutura.gov.br ou num certo https://mytuner-radio.com, entre outros links, suponho. Certamente não será cantando, embora a diretora do programa não saiba que já cantei "pelos corredores" da antiga Rádio, isso por volta de 1990/91, levado pelas mãos de Edson Gillet Brasil, num outro programa dominical, já não recordo mais o nome.

Tais "visitas" ás Rádios contei-as quase todas em minha extensa crônica em 2 partes, "OS MICOS QUE VIVI", porém "frequentei" a Rádio Cultura diversas vezes, ora divulgando o nosso CCCP, centro cultural ligado à Capoeira (1988/91), também enquanto "segunda voz" na dupla quase sertaneja "Cultura Nossa" ou como vendedor ocasional de discos LPs, tendo o "reggaeman" Toni Soares como comprador exclusivo. (Um certo Alex me comprou algo, um LP do Pink Floyd, o "Krystallomusik", salvo engano e... "sumiu" !) Sou do tempo do rádio, do radinho de pilha, das Rádios, da emoção que causavam, da importância que tinham nas famílias. Os discos LPs estão voltando... quem sabe, o prestígio antigo das Rádioemissoras também não retorne, para alegria de muitos.

A diretora Regina Silva "me ressuscita", mais uma vez... é muita gentileza da parte dela e por um motivo nobre, CANTAR o Pará -- que mal conheço -- pois não fui além de Vigia de Nazaré e "passei de passagem" por Castanhal. Porém, CANTAR BELÉM -- pedacinho de Paris n'América -- já me é satisfação bastante. Portanto, domingo, 12 de junho, estarei ao meio-dia "me fazendo de importante" e falando (ou melhor, declamando) para a Amazônia. Tal presente me fez recordar momentos ao lado de rádios, lá se vão 60 anos. Nem no Morro onde nasci e nem na escola primária onde estudei (num colégio interno, nos anos 60) havia rádios, contudo na casa do meus tios paranaenses, sim. Logo, nas férias de junho e dezembro eu "me esbaldava", não saía da cozinha -- onde estava o aparelho -- adiante trocado por móvel com toca-discos, a elegante "Eletrola".

Criança só podia ver TV até às 18 horas, novelas não eram assunto para "piás", guris, pirralhos, garotos...nos restava o Rádio... ouvindo NOVELAS ! Inesquecíveis, todas elas ! "Jerônimo, o Herói do Sertão" e seu ajudante "moleque Saci"... a Rádio moderna surpreenderia "revivendo" tal prática, nos moldes como era feita, com efeitos sonoros, suspense e intérpretes convincentes, não é coisa para amadores.

Radinhos de pilha tive vários, futebol é insuportável pela televisão, "burocratas" da bola milionários "arrastando-se" em campo, errando passes de 4 metros. Só via Rádio uma partida chinfrim fica interessante, todo chute passa "rente ao travessão" e toda jogada é perfeita... não há "pernas de pau" nem "fominhas" ("delegados", aqui no Pará) e não testemunhamos como o Futebol nacional ficou medíocre. Na Rio Negro de minha infãncia tinha uma Emissora, na praça central, e tenho a sensação de ter cantado nela !

Na minha juventude, no Rio de Janeiro, não largava meu radinho nem nos empregos que tive. Nunca visitei Rádio alguma mas, já em Belém, cantei no programa do Everaldo Lobato -- em seus derradeiros dias --na Rádio Clube AM (ao lado do Clube do Remo) e num programa de calouros que a Rádio Liberal AM tinha, aos domingos, lá por 1997/98. Fui até "DJ" ou quase isso aqui no bairro, numa "Rádio-cipó" clandestina, que a PF "lacraria" por volta de 2005 ou 6. Como se vê, de RÁDIO e rádios eu entendo, só me falta ter uma... mas estarei domingo próximo em uma das que mais prezo, "transformado em Ondas Hertzianas" graças a boa vontade de Regina Silva & seu "staff", atuando há quase 40 ANOS em prol da Cultura de nosso Estado. Deus lhes pague !

"NATO" AZEVEDO (em 8/junho de 2022, 17hs)