a velhice

O tempo corre, o tempo voa!!! Parece que foi ontem, eu com 18 anos, e de lá para cá, tudo foi tão rápido que muitos momentos vividos até hoje, já não lembro mais, perderam-se no emaranhado desta longa viagem.

A chegada até aqui não é para lamentações, pois muitos ficaram pelo caminho, amigos, parentes, vizinhos, e muitos hoje, não chegarão onde estou, infelizmente a vida que levamos hoje penaliza a muitos, a violência, os hábitos, a convivência, os relacionamentos, todos são razões para muitos nem cheguem a vivenciar uma terceira idade, infelizmente.

O envelhecimento é uma oportunidade de vivenciar o aprendizado, não se repetir coisas que nunca deram certo, e praticá-la, fala-se em experiência, mas como ela será útil diante do tempo que temos à nossa frente? Nessa fase pensamos: usamos bem nossa experiência quando jovens e fomos assertivos

e chegamos a velhice completamente satisfeitos com o que decidimos e fizemos? Nem sempre esta resposta é positiva, e sendo assim, ela é fonte de pontuais frustrações, ressentimentos e até mesmo de pequenos momentos de depressão, triste, porém verdade!!

Não aprendi a conhecer amigos, não aprendi a permitir amizade duradoura, não sei se alguns me consideravam amigo, busquei, enquanto praticava minha vida útil, ser um uma pessoa que vivia e deixava viver, mas isso é muito pouco quando se chega até aqui e se começa a pensar sobre o assunto.

Quando nascemos, nosso relógio de permanência entre os vivos já começa a contar o tempo, contra nós, a partir deste singelo momento, já estamos na direção da inevitável morte.

De que adianta buscar aprender a conduzir bem melhor a vida quando se chega a velhice? Todos os estragos possíveis já estão feitos, saúde, maus casamentos, maus relacionamentos, ausência de amigos reais, depressão, solidão, tristeza, não há o que se consertar nesta etapa, está consolidado, engessado, resta apenas o pensamento de como sair deles, não se trata de tirar deliberadamente a vida, nós os velhos, ao contrário do que se pensa, estamos muitíssimo agarrados à vida, saímos dela relutantes, sem querer mesmo, pois tudo o que fizemos, esforços, trabalhos, sucessos, se acabarão com a chegada da morte, todos os bens, todos os frutos de uma vida, horas e horas a fio cuidando de filhos e dedicados a um trabalho, tudo, tudo inútil, tudo isto abandonamos com a morte. Não pensamos em criar nada ou algo que fossemos levar quando morrêssemos.

sonetosamadores
Enviado por sonetosamadores em 07/06/2022
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