"MATANDO CACHORRO A GRITO..."

"...porque o cachê é dez vezes maior

que o valor que a Pref. de Magé deve

investir em atividades artísticas duran-

te o ano todo". (cad. TDB, pag. 8)

jorn. DIÁRIO DO PARÁ, 31/maio 2022.

A expressão que virou título deste artigo estava muito em voga -- nos anos 1960/70, na boca do povo -- junto com "chamando urubu de meu louro" (?!) e exigem explicação. Ambas significam "estar duro", "liso", "na pindaíba". Pra quem não entendeu, "estar na merda", "pobre de marré de si", esta, aliás, francesa. Não é o caso -- por enquanto, acrescento com certo sarcasmo -- do milionário cantor sertanejo Gustavo Lima, repentinamente "pobre" um bocado de MILHÕES, por coincidência justo depois de tentar agradar seu público "bolsominion" com declaração infeliz ou, no mínimo, inapropriada para o local ou tipo de evento. Deputados paulistas apressam-se para criar "lei iliberal" que impeça o pagamento de cachê a artistas que se manifestem a favor de algum candidato. O "discurso brasiliano" do sertanejo se encaixa na figura, mas ninguém "deu um pio", foi liberdade de expressão pautada pelo "Bozzo". Penso que "o pau quebrou" no show exatamente por isso !

A Lei Rouanet "volta à berlinda"... a meu ver, nunca prestou ! No seu início serviu para desvios vergonhosos envolvendo grandes empresas e "riquinhos", usando-a para casamentos, aquisição de telas caríssimas e outros caprichos. Atualmente cada Estado "tem a sua", a tal "isenção fiscal" que facilita a vida de raros artistas, os com nome e sobrenome. Os demais, a "arraia miúda", não vêem 1 NÍQUEL da "lei-maravilha" e -- após tentarem 2 ou 3 anos -- acabam por desistir. Contudo, o cantor "Zé Neto" tem razão: sertanejo não quer depender da Lei pois, afinal, dizem que o valor máximo dos shows a partir dela é de 3 mil reais... não pagam nem a "querosena" do jatinho de 60 ou 100 milhões do "embaixador" Gustavo Lima.

O "Nabucodonosor" da antiga "Música Caipira" diz se sentir agora um BANDIDO, justo êle que amealhou cada cruzeiro, cruzado, real de sua fortuna com sua garganta. Afirma sustentar 500 funcionários ! Epa, aí já é demais ! Assisti em 1982 no Maracanãzinho lotado ao show da Banda VAN HALEN e toda a parafernália sonora foi montada por 15 ou 20 pessoas. Quase na mesma época (set./1981?) o KISS construiu imenso palco no "Mário Filho" com uns 40 ou 50 técnicos no "backstage". Aqui em Ananindeua recebemos em 1989 Ruy Mauriti, no auge da fama... nem palco teve, cantou sobre um "pranchão" de cimento, apelidado de "concha acústica". Jamais se soube o cachê, mas o prefeito, evangélico, destacou-se por receber num evento literário os escritores e poetas locais (não são a mesma coisa) e prometer uma coletãnea ou "Antologia" que nunca foi editada.

Ananindeua continua de costas para os literatos, porém Festivais de Música surgiram ao longo do anos, uns 4 ou 5 ao que eu saiba, nenhum projetado pela Prefeitura.

Eis que no fim do ano de 1998 ou 2000 surgem por essas bandas os baianos do "É O TCHAN", "pai ou mãe" de toda essa "baixaria" que vigora neste triste Século 21 na MPB nacional, a do país inteiro, não só Rio ou SP. "Limparam os cofres" da PMA, foram 120 MIL REAIS "cash", uma fortuna segundo as más línguas. Aos 20 minutos do aguardado show uma briga (com tiros) na platéia encerrou a caríssima festa. Que esta celeuma com Gustavo Lima sirva ao menos para que Prefeituras VALORIZEM a "prata da casa" e que os dinâmicos MPs (?!) sejam menos "seletivos" em seus processos... o "perseguido" Lima declara ter feito 300 EVENTOS em 2019/20 sem que os ativos MPs vissem algo de errado nos cachês lhe pagos. De repente, "descobrem" que quase tudo É ILEGAL nos atuais contratos !

Há outros mais, muitos outros -- influencers, youtubers, apresentadores de programas, blogueiros como um certo Allan -- "mamando" dinheiro público sem que 1 só "MP-avestruz" dê o ar de sua graça e acabe com essa farra perniciosa aos cofres do país. Mas bastará uma reportagem num grande Jornal e veremos meia dúzia de MPs disputando a primazia de um processo contra o tal apontado. Tenham a santa paciência !

"NATO" AZEVEDO (em 5/junho 2022, 21hs)